Da Redação
MANAUS – Do primeiro trimestre de 2019 a janeiro de 2021 a pobreza no Amazonas subiu de 46,7% para 49,7% da população, segundo pesquisa do economista Daniel Duque, da FGV (Fundação Getulio Vargas). O período abrange a pandemia de coronavírus, que teve seus primeiros casos confirmados no Estado em março de 2020.
Considerando a população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 4.269.995, o número de pobres no Amazonas é de 2.122.187 habitantes, quase a metade.
A pesquisa considera os índices de pobreza adotados pelo Banco Mundial, com renda per capita é de até R$ 450 ao mês. Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e da Pnad Covid 19, do IBGE, também servem de base para o estudo de Daniel Duque.
Dos 26 estados e mais o Distrito Federal, apenas Acre, Pará e Tocantins, todos da região Norte, não registraram aumento no índice de pobreza. O Amazonas teve o 16° maior crescimento, com variação de 3%.
Outro aspecto abordado na pesquisa foi a extrema pobreza no país, que atingiu 18 das 27 capitais de estado, crescendo de 6,1% da população brasileira no primeiro trimestre de 2019 para 9,6 em janeiro deste ano. São considerados de extrema pobreza os brasileiros que vivem com renda per capita de U$ 1,90 por dia, o que representa cerca de R$ 160,00 por mês.
A inflação e o desemprego crescentes e a perda do rendimento real de muitos trabalhadores que mantiveram o emprego sob condições diferenciadas durante a pandemia foram apontados por Duque como principais motivos do aumento da pobreza e da extrema pobreza.
A redução dos valores pagos pelo governo Federal a beneficiários do auxílio emergencial também contribuiu para o crescimento dos índices pesquisados.