Por Diogo Rocha, do ATUAL
MANAUS – A tropa de choque da PM-AM (Polícia Militar do Amazonas) usou spray de pimenta para conter os ânimos dos torcedores do Nacional, no estádio da Colina, zona oeste de Manaus. Revoltados com a arbitragem da partida entre Nacional (AM) e Bahia de Feira (BA), neste sábado (19), pelas oitavas de final da Série D do Brasileiro, parte da torcida arremessou garrafas e bebidas na saída de campo do trio de arbitragem durante o intervalo do jogo.
Homens, mulheres e crianças foram atingidos pelo spray de pimenta. A ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) precisou entrar em campo para atender uma torcedora que passou mal com a ação dos policiais.
Acompanhado dos filhos Luis Daniel, de 11 anos, e Luis Filho, de 14 anos, no estádio, o juiz do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), Luís Cláudio Chaves, também levou spray no rosto. Torcedor assíduo dos jogos do Nacional, Chaves é filho do ex-presidente do clube azulino, Manoel do Carmo Chaves, o Maneca.
“Eu e meus filhos estávamos nos nossos lugares [na arquibancada da Colina] sentados ali em frente às cabines de rádio e veio um negócio violento [spray de pimenta] nos nossos olhos. Eu senti vontade de vomitar, meu filho menor de 11 anos e meu outro adolescente de 14 [também]. Veja, o lema da PM é servir e proteger e acho que hoje a PM não serviu e nem protegeu. Ao contrário, foi uma atitude errada que a instituição não pode compactuar com isso”, disse Luís Cláudio.
O magistrado, que também é coordenador da Central de Justiça Restaurativa do TJAM, defende uma punição para os PMs que jogaram spray de pimenta na torcida do Leão. “Eu acho que [a PM] tem que identificar e punir essa pessoa que envergonhou a farda e que envergonhou a instituição”, afirmou Chaves, que classificou como “absurdo e covardia” a atitude da tropa de choque.
A indignação da torcida do Leão da Vila Municipal com o árbitro Afro Rocha de Carvalho Filho e os assistentes Luis Filipe Gonçalves Correa e Ruan Neres Souza de Queiros, todos da FPF (Federação Paraibana de Futebol), e a reação da PM no final do 1° tempo ocorreu quando o time da casa já tinha um jogador a menos – zagueiro Paulinho foi expulso – e perdia por 1 a 0. Antes do intervalo, o VAR ainda anulou um pênalti a favor do Nacional e revoltou ainda mais parte dos torcedores.
No encerramento do jogo de volta pelas oitavas de final da Série D, o Nacional venceu por 3 a 2 o Bahia de Feira, neste sábado, mas acabou eliminado da competição. O clube amazonense precisava vencer por três gols de diferença para se classificar ou por dois de diferença para levar a decisão da vaga para os pênaltis.
Difícil fazer futebol no norte e em particular no Amazonas. Mal representados a mais de 4 décadas em nível de federação, os clubes são prejudicados e não é a primeira vez que são prejudicados por arbitragem, mesmo dentro de casa. O Amazonas saiu de um inferno de mais de 30 anos chamado Dissica e entrou em outro pior, chamado Rosenha.
Os clubes profissionais tem que se unir pra defender seus interesses, a FAF é a maior culpada pelo estágio atual que vive nosso futebol