RIO DE JANEIRO – O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Petrobras, Ivan Monteiro, reiterou nesta sexta-feira, 7, que o plano de negócios estruturado pela nova diretoria da estatal tem como prioridade garantir a geração de valor aos acionistas. Por isso, a estatal vai priorizar a rentabilidade de suas operações, em detrimento a volumes, e não cogita alterar o plano de desinvestimentos, tema que origina pressão por parte dos funcionários da empresa e de entidades de trabalhadores. A resposta foi dada após o executivo ser questionado a respeito de distribuição de dividendos.
“Desde a elaboração do plano de negócios, a mensagem que temos dado é a valorização de acionista, a prioridade da rentabilidade em detrimento de volumetria. Estamos focados em garantir maior previsibilidade de resultados e maior disciplina em relação a recursos originados”, afirmou o executivo, que participa neste momento de teleconferência com analistas e investidores.
Questionado sobre a pressão feita por funcionários e entidades de classes em relação ao plano de desinvestimentos da Petrobras, Monteiro foi direto: “A diretoria publicou um plano em que se compromete com acionistas e com o mercado em geral. É obrigação da companhia esclarecer o tema a todos os colaboradores, mas isso não significa que alteraremos, em hipótese alguma, aquilo que a companhia já se comprometeu”, afirmou.
A diretoria da estatal também reiterou hoje que o plano de investimentos de 2016 prevê o desembolso de US$ 25 bilhões em desinvestimentos.
Plano
O plano de negócios da Petrobras foi elaborado já considerando as consequências negativas que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, poderia causar ao dia-a-dia da empresa, afirmou o diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro.
A diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, afirmou ainda que o plano de negócios demorou a ser concluído porque a empresa se esforçou para criar contingências a problemas que poderiam aparecer como consequência da Lava Jato, sobretudo, no que diz respeito ao fornecimento de bens e serviços.
Solange afirmou ainda que, na área de Exploração e Produção, são poucos os projetos atrasados. A tendência, acrescentou a diretora, é de que a meta de investimento da área seja cumprida neste ano. Na teleconferência, Monteiro ainda acrescentou que os esforços de redução de custo já estavam previstos no plano de negócios.
2º semestre
A Petrobras analisará as condições de demanda do mercado doméstico por derivados de petróleo para determinar qual será sua estratégia em relação à formação de estoques durante o terceiro trimestre. De acordo com o diretor de Abastecimento, Jorge Celestino Ramos, o segundo semestre é um período usualmente mais aquecido no Brasil, e por isso qualquer estratégia estaria vinculada ao ritmo dos negócios no Brasil.
No segundo trimestre, revelou o executivo, a estatal foi beneficiada pela decisão de formar estoques no decorrer dos três primeiros meses do ano. Com isso, concentrou as vendas em um momento no qual os preços eram mais favoráveis. “Montamos uma estratégia de levar um pouco dos estoques do final de março e capturar ganho de margem no segundo trimestre. Aproveitamos que o mercado do primeiro trimestre foi fraco e conseguimos melhorar a rentabilidade na área de refino”, afirmou o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores realizada na manhã desta sexta-feira.
A possibilidade de repetir essa estratégia no terceiro trimestre não foi descartada, mas dependerá muito das condições de preço de petróleo e derivados. “O mercado do segundo trimestre é normalmente um pouco mais aquecido. A produção continua boa, e estamos olhando como o mercado vai se comportar”, disse Celestino. O executivo, logo na sequência, sinalizou que a estatal também pretende capturar “algum ganho com otimização de petróleo” nos próximos meses.
O diretor de Finanças e Relações com Investidores, Ivan Monteiro destacou que a melhoria da margem bruta da Petrobras no segundo trimestre refletiu justamente a elevação do resultado da área de Abastecimento, aliada a um “aumento contínuo” de produção de petróleo.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)