Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Os responsáveis pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, na região do Vale do Javari, no Amazonas, agiram sozinhos e não houve mandante nem organização criminosa por trás do delito, informou, nesta sexta-feira (17), o Comitê de Crise que apura o caso.
A Polícia Federal, que coordena os trabalhos, afirma que as investigações indicam que outras pessoas têm envolvimento com o crime, mas não informa o número de suspeitos. “[O Comitê de Crise] informa, também, que as investigações prosseguem e há indicativos da participação de mais pessoas na prática criminosa”, informou o comitê.
Nesta sexta-feira, com ajuda de indígenas da região e de integrantes da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), os agentes continuam as buscas pela embarcação utilizada por Bruno Pereira e Dom Phillips. Apesar de um dos suspeitos ter indicado o local em que o barco foi afundado, a Polícia Federal informou que não conseguiu encontrar a embarcação.
“Não foi encontrada a embarcação que estava sendo utilizada por Bruno Pereira e Dom Phillips, apesar de exaustivas buscas realizadas nesta data no perímetro apontado por Amarildo da Costa Oliveira, vulgo ‘Pelado'”, informou o Comitê de Crise, em nota divulgada na quinta-feira (17).
Na última quarta-feira (15), ao anunciar que Pelado havia confessado o crime, que havia apontado estava enterrado os corpos e que os agentes haviam encontrado os “remanescentes humanos”, a Polícia Federal informou que já sabia onde estava a embarcação de Dom e Phillips e que iria ao local na quinta-feira (16).
Na ocasião, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, disse que a embarcação usada pelo indigenista e o jornalista foi afundada em uma área alagada. Para manter o barco submerso, os criminosos colocaram pedras. “Tiveram que tirar o motor e o afundaram e, depois, também afundaram a embarcação”, afirmou o delegado.