MANAUS – Com habeas corpus que lhe garantia ficar calado na CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello falou pelos cotovelos. Respondeu tudo que lhe perguntaram, mas não disse absolutamente nada que interessava ouvir.
De tanto falar, faltou oxigênio no final. O ex-ministro teve um mal súbito. Nunca tinha passado por isso, nem quando esteve em Manaus na época em que cilindro de oxigênio valia mais que discurso de Bolsonaro para apoiadores no Alvorada.
Familiarizado com a Amazônia, Pazuello sabe o que é ar puro, mas na CPI enfrentou um clima pesado. O general, conhecedor profundo da selva, nem precisou se camuflar contra perguntas incômodas, pois não houve nenhuma.
Pazuello chegou à CPI blindado contra indagações constrangedoras e saiu sem fôlego, mas vacinado contra o jogo político.