
Do ATUAL
MANAUS – As parteiras do estado, associadas à Aptam (Associação das Parteiras Tradicionais do Amazonas) pedem ao governo federal a inclusão da categoria nos programadas de saúde pública, para garantir acesso a direitos previdenciários, benefícios sociais e recursos financeiros para exercer o seu trabalho.
A oportunidade surgiu, na quarta-feira (5), na visita da ministra da saúde, Nísia Trindade, a Manaus, quando a presidente da Aptam, Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues, entregou em mãos um documento de duas páginas pedindo o reconhecimento.
“A maioria das parteiras não tem estudo, não sabe ler, são mulheres idosas, não têm uma remuneração e não estão associadas aos conselhos de saúde. Mas são pessoas que exercem o trabalho de salvar vidas nas comunidades do Amazonas. Então pedimos ajuda à ministra”, disse Socorro Rodrigues.
No Amazonas, a lei estadual nº 5.312 autoriza a presença de parteiras durante todo o período de trabalho de parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pela parturiente, nas maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares da rede pública e privada do Amazonas.
“O ofício de parteira é antigo. São mulheres que tem um dom especial para exercer esse trabalho que passa de geração em geração, de mãe para filha. Nós vamos a locais onde não tem médico, enfermeiros, psicólogos, não tem luz, então são as parteiras são o auxílio de diversas jovens grávidas. O nosso trabalho começa quando a menina diz que está grávida e durante as visitas se cria um laço de amizade e confiança, como se você fosse da família”, diz Rodrigues.
Segundo a presidente da Aptam, o Amazonas possui 6 mil parteiras, mas os dados estão desatualizados porque muitas morreram. Até 2024 havia 1,2 mil mulheres cadastradas na associação.
“A maioria das parteiras tem de 40 anos para cima. E, neste momento, só contamos com a ajuda do Instituto Mamirauá, da Fiocruz Amazônia e da prefeitura de Tefé. Para fazer um novo mapeamento do número de parteiras, precisamos de recursos financeiros para visitar as comunidades, os municípios e fazer o levantamento”, diz
A Aptam foi fundada em 2018 e tem parteiras associadas dos municípios de Manaus, Tefé, Tabatinga, Alvarães, Maraã, Parintins, Maués, Itacoatiara, Manacapuru e Manicoré.