Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Sem horário previsto para terminar, a paralisação ilegal de 100% do transporte coletivo de Manaus atingiu cerca de 700 mil pessoas nesta segunda-feira, 26. O Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas) entrou com uma liminar na Justiça do Trabalho pedindo medidas mais duras para pôr fim à greve. Já o Sindicato dos Rodoviários alega que não retomará as atividades até ter atendido o pedido de aumento de salário.
“A categoria quer reajuste salarial, não tem proposta, vamos continuar por tempo indeterminado, vamos ver que levar essa, senão ceder, fica parado, pedimos 12%, mas aceitamos até 7%”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira. O salário de um motorista de ônibus é cerca de R$ 2,3 mil. Hoje, 8 mil pessoas trabalham no transporte coletivo de Manaus.
A ilegalidade da paralisação de 100% da frota de ônibus foi minimizada por Oliveira. “A categoria decidiu parar, fazer quê? ”, disse. Para minimizar esse impacto, a Prefeitura de Manaus informou que liberou a circulação dos microônibus do transporte alternativo, que normalmente circulam apenas na zona leste, pelo Centro da cidade. A alteração no valor cobrado da passagem e a não aceitação dos cartões Passa Fácil pode ser denunciada pelos números do SAC SMTU 3653 4289 e 3654 7152.
O assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, informou que a entidade entrou com uma liminar no Tribunal do Trabalho na última sexta-feira, que foi condida no dia seguinte. “A paralisação afronta uma liminar, informamos o tribunal do descumprimento e pedimos novas providencias, que não podemos revelar por razoes estratégicas, pedimos que fossem estabelecidas medidas mais duras a fim de acabar com a greve”, afirmou.
Borges lembrou que a paralisação de 100% da frota é ilegal e tem como consequência a multa por crime de desobediência de R$ 100 mil, por hora parada. Além disso, a legislação prevê, ainda, a prisão das lideranças sindicais. “Agora vamos aguardar a decisão da presidência do tribunal, a questão está com o TRT, com a doutora Eleonora Saunier (…) não como a dialogar com os rodoviários com o transporte parado, é uma ilegalidade, não podemos aceitar, voltaremos a dialogar quando voltar a frota”, disse.