Da Redação
MANAUS – Em entrevista à TV Morena, de Campo Grande (MS) – retransmissora da Globo –, o coordenador da Funai no Mato Grosso do Sul, o militar da reserva José Magalhães Filho, diz que o objetivo do governo é integrar o índio à sociedade. E uma das formas de integração, segundo ele, é colocar as crianças indígenas na escola urbana e deixar que namorem com pretos e brancos.
“Nós temos que preparar esse indiozinho, essa indiazinha, para frequentar a escola urbana, assim, começar a namorar com um pretinho, com um branquinho, e essa integração vem surgindo automaticamente. Dessa forma que é a nossa política a ser implantada”.
Magalhães Filho diz que o índio precisa conquistar independência econômica, sem a qual servirá sempre como massa de manobra.
“O índio tem que ser autossuficiente, tem que ser orientado na exploração de todas as suas terras”.
O novo gestor da Funai em MS afirma, ainda, que essa política de integração que o governo Bolsonaro pretende implementar, “passa por uma credibilidade”.
“Os brancos sempre compareceram às aldeias para explorar o índio, e o índio sabe disso. Então torna-se muito difícil o branco chegar hoje numa aldeia e ele ter credibilidade. Então, essa credibilidade será conquistada paulatinamente, através dos serviços que serão prestados”.
Magalhães Filho defende que o índio aprenda a língua portuguesa. Ele considera que a língua é “uma barreira muito grande” para a integração dos indígenas.
“A língua portuguesa tem que ser estudada e incentivada nas escolas indígenas. Pretendo e tenho sonhos de muito mais do que ter uma escola de tempo integral, a gente tenha uma escola social, onde o indiozinho, a indiazinha, na parte da tarde, ele comparecerá para fazer as suas tarefas orientado pelo professor; onde tenha um local adequado para guardar os seus cadernos, os seus livros, porque na sua casa não tem, muitas casas são de chão de terra batida, os cadernos, as folhas dos livros são todas amareladas…”
O militar reformado foi questionado se haveria dinheiro para fazer investimentos nas comunidades indígenas. Ele disse que a corrupção levou o país a um estado de escassez de recursos, mas afirma que “se o governo pretende realizar essa integração, tem que entender que esse caixa tem que ser reforçado, porque sem dinheiro fica apenas na conversa e a gente não consegue fazer nada”.