As eleições municipais estão chegando e as polêmicas vão surgindo quanto à participação efetiva das mulheres, independente da exigência da Lei nº 9.504/1997, que rege as eleições no Brasil e que estabeleceu que cada partido ou coligação deve reservar pelo menos 30% de suas vagas para as candidaturas de mulheres.
Antes de entramos na seara amazonense, é importante fazermos uma retrospectiva da participação das mulheres nas últimas eleições, demonstrando os dados disponibilizados pela ONU Mulheres, que classifica o Brasil na posição 32ª de um ranking de 33 países latino-americanos e caribenhos sobre a participação feminina em parlamentos, ou seja, nós estamos muito aquém quando se fala em participação efetiva das mulheres na política.
Outro dado bastante interessante, trazido pela UNO Mulheres e divulgado em um relatório de 2019, é a posição do Brasil no ranking de representatividade feminina no Parlamento, com o inacreditável 134° de 193° países pesquisados, com 15% de participação de mulheres, ou seja, na prática são 77 deputadas em um total de 513 cadeiras na Câmara federal e somente 12 senadoras entre os 81 eleitos.
Ao analisar o cenário amazonense, destacamos os seguintes números de parlamentares mulheres: na Assembleia Legislativa, dos 24 deputados somente 4 são mulheres, 16,67 % de participação; na Câmara Municipal de Manaus, de 41 vereadores apenas 3 são mulheres, 7,3% de participação. Os números não metem, as mulheres precisam, urgentemente, tomarem seus espaços na política brasileira e superar o desafio da desigualdade.
Mas, em uma análise superficial, não conseguimos vislumbrar os reais motivos desta participação feminina ser tão insignificante no Parlamento brasileiro, pois há políticas de promoção e de investimento em candidaturas femininas e mesmo assim não se consegue alcançar o cota de 30% de efetividade nas eleições.
Será que a cultura machista enraizada na sociedade e muitas vezes nos próprios partidos políticos é fator preponderante para este resultado tão lastimável? Fica a reflexão.
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