MANAUS – Um iPhone modificado com um sensor, e conectado a uma agulha inserida no paciente mostrou-se eficaz em manter os níveis de açúcar em pessoas com diabetes tipo 1, revelou um estudo publicado nos Estados Unidos.
Ao contrário das bombas normalmente usadas, este novo aparelho, construído a partir de um iPhone, aplica insulina e glucagon (hormônio que eleva o nível de glicose no sangue quando necessário) quase sem intervenção do paciente. O “pâncreas biônico” tem um sensor em uma agulha inserido debaixo dele, que controla automaticamente e em tempo real os níveis de sangue no organismo e injeta insulina ou glucagon em função da necessidade, com a ajuda de duas minibombas automáticas.
Este pâncreas artificial permitiu aos pacientes manter o nível correto de açúcar no sangue e, além disso, evitar variações perigosas do valor, explicaram os cientistas do Hospital de Massachusetts.
“O pâncreas biônico baixa o nível médio de glicose no sangue em níveis que reduzem fortemente o risco de complicações diabéticas”, afirmou Steven Russell, professor adjunto de Medicina no Hospital Geral de Massachusetts e coautor principal do estudo.
“É extremamente difícil para os diabéticos com as tecnologias atuais manter os níveis desejáveis de açúcar no sangue”, acrescentou.
Os cientistas testaram o novo sistema durante cinco dias com 20 adultos que continuaram com sua atividade normal. Também avaliaram o “pâncreas artificial” com 32 adolescentes com diabetes tipo 1 durante cinco dias em um acampamento de férias.
No grupo de adultos, os cientistas constataram uma redução de cerca de 37% das intervenções para corrigir taxas muito baixas de açúcar (hipoglicemia) em comparação às realizadas com uma bomba tradicional. Enquanto isso, no grupo de adolescentes que usou o pâncreas biônico, a redução da hipoglicemia foi mais que o dobro. Os participantes registraram melhoras claras de sua glicemia com o pâncreas artificial, sobretudo durante a noite.