
Do ATUAL
MANAUS – A delegada Juliana Tuma, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Criança e ao Adolescente do Amazonas, disse nesta segunda-feira (6) que pai biológico da filha de 2 anos de idade e padrasto de quatro enteadas começou a abusar sexualmente delas há 4 anos.
Juliana Tuma disse que a enteada de 13 anos denunciou os abusos. A menina disse que o padrasto Ademir Barbosa da Costa, de 50 anos, começou a abusar dela aos 9 anos e que aos 10 perdeu a virgindade. Ele está foragido. A mãe das vítimas foi presa nesta segunda-feira, na zona leste de Manaus.
Conforme a delegada, a adolescente contou sobre os abusos para uma vizinha que denunciou o caso ao Conselho Tutelar. Tuma disse que Ademir também é procurado por tráfico de drogas, crime pelo qual foi condenado a 19 anos de prisão.
Segundo Juliana Tuma, as enteadas têm 8, 10, 13 e 14 anos de idade. “Nós identificamos cinco vítimas na mesma situação, dentre elas essa adolescente de 13 anos, a irmã de 14, a outra de 10, a outra de 8, e a outra de 2 que é filha biológica desse homem que também era abusada sexualmente. Elas também eram agredidas”, disse a delegada.
Juliana Tuma disse que a adolescente contou sobre os abusos do padrasto à mãe e que esta reagiu contra a filha: “Não aborreça ele”, disse a menina em depoímento.
“Elas viveram verdadeiros horrores na mão desse cidadão com a conivência da mãe por aproximadamente 4 anos. Quando elas levavam ao conhecimento da mãe, ela dizia: ‘Não aborreça ele’. Essa primeira vítima contou que desde os nove anos ela era abusada sexualmente por ele, aos 10 ela perdeu a virgindade com ele. E aí, a partir de então, ela passou a ser abusada. A situação é lamentável”, disse Juliana Tuma.
A delegada disse que na delegacia a mãe negou que sabia dos abusos sofridos pelas filhas, mas ao apresentarem para ela as provas ela confessou e disse que era coagida pelo marido. “Quando a gente levou ao conhecimento tudo o que a gente sabia, ela ficou muito sem graça e acabou dizendo que ele a ameaçava muito e que disse que ele já tinha matado muita gente e que por isso ela se sentia intimidada”, disse a delegada.
Juliana Tuma afirmou que um irmão das vítimas, de 16 anos, descobriu os abusos cometidos por Ademir contra as crianças e comentou com a mãe para ela “dar um basta” na situação, cobrando providências, mas a mãe não fez nada.
De acordo com a delegada, os abusos sofridos pelas crianças eram físicos, psicológicos e sexuais. Segundo a delegada, o pai biológico das enteadas não foi identificado. As crianças ficaram em um abrigo acolhidas pelo Conselho Tutelar.