SÃO PAULO – O segmento de orgânicos movimentou R$ 4,5 bilhões no Brasil em 2019, representando crescimento entre 10% e 15%, segundo estimativa da Organis – entidade setorial dos orgânicos. Os números de exportação também foram bons para um ano de grande variação cambial: em torno de US$ 190 milhões (26 empresas associadas) um crescimento aproximado de 5%.
“Nossa estimativa tem base no aumento de toda cadeia. A principal feira do setor de orgânicos, a BioBrazil, cresceu 33% em número de expositores. Tivemos muitos brasileiros visitando as principais feiras internacionais do setor – mais do que em outros anos – na busca por ideias e conceitos com potencial para ser trabalhados por aqui. Rompemos a barreira das 20 mil unidades produtivas e o varejo entendeu a importância do orgânico no portfólio dos saudáveis”, disse Clauber Cobi Cruz, diretor da Organis.
O percentual de crescimento poderia ser bem maior, talvez o dobro, diz Cruz: “Se as condições econômicas tivessem sido favoráveis e se o consumidor já houvesse consolidado seu entendimento sobre o que é um produto orgânico”.
A tendência para 2020 é positiva: o mercado brasileiro de orgânicos deverá crescer no mínimo 10%. “Um número conservador, é verdade, mas muito factível”, estima Cobi Cruz.
Para a Organis, neste ano aumentará a demanda por produtos orgânicos plant based (baseada em legumes e vegetais), os responsáveis pela merenda escolar também se voltarão para os produtos orgânicos, a oferta de frutas orgânicas e de produtos orgânicos oriundos da cadeia animal, como frango, leite e derivados, continuará crescendo. A tendência é que os orgânicos ocupem mais espaço nas feiras setoriais como a APAS Show, FiSA e Fispal. “Será muito positivo ver os orgânicos se movimentando com desenvoltura em ambientes que ainda não foram completamente desbravados”, garante Cobi Cruz.
Outra tendência é a produção orgânica ganhando relevância cada vez maior como parte da solução das questões ambientais. O setor deverá atrair mais iniciativas, tanto públicas como privadas, que intensificarão as ações de fomento. “Com certeza, veremos mais ofertas online, orgânicos nos clubes de compras, CSA e restaurantes. Novas marcas surgirão e teremos menos plástico embalando os produtos orgânicos. A experiência bem-sucedida de ver os orgânicos em movimento nos anima a manter o otimismo para 2020, que tende a se firmar como um ano de sistematização de informações da cadeia produtiva, da semente ao cliente. Nós, da Organis, apostamos que os produtores, os varejistas, os processadores e os consumidores estarão cada vez mais abertos para entender e apoiar nosso manifesto por um Brasil cada vez mais orgânico e sustentável”, completa o diretor da Organis.
ANO | FATURAMENTO MERCADO INTERNO |
2010 | R$ 500mi |
2011 | R$ 700 mi |
2012 | R$ 1,5 bi |
2013 | R$ 2 bi |
2014 | R$ 2,2 bi |
2015 | R$ 2,5 bi |
2016 | R$ 3 bi |
2017 | R$ 3,5 bi |
2018 | R$ 4 bi |
2019 | R$ 4,6 bi |