Da Redação
MANAUS – Policiais civis e militares cumprem 35 mandados de prisão temporário em Manaus e Manacapuru na Operação Amazônica de combate a desmatamento e comércio ilegal de madeira no estado. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa extraíu algo em torno de 9 mil árvores centenárias de regiões de mata nativa de Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus).
Espécies como castanheira, cupiúba, seringueira, angelim, sumaúma, cedro e muiratingas eram extraídas e comercializadas ilegalmente nas duas cidades.
O esquema criminoso envolve 12 serralherias de Manaus e Manacapuru, que misturavam a madeira ilegal com peças devidamente regularizadas como forma de burlar a fiscalização de órgãos ambientais.
De acordo com a investigação, 95% da madeira vendida pelos empresários desse esquema era de origem criminosa. O material abastecia o comércio das duas cidades, e a liderança era exercida por um núcleo empresarial, que fomentava a prática dos crimes ambientais e planejava represálias a delegados.
A operação é fruto de investigações do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil, que vêm ocorrendo há cerca de quatro meses. A operação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) com a participação do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Dema (Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo).
Interceptações telefônicas ajudaram a revelar a cadeia de atuação do grupo criminoso, formado por empresários moveleiros, serralheiros, extratores ilegais, motoristas e agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais.
Vinte e oito pessoas foram presas, oito detidas para depoimento. Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão e apreendidos 16 caminhões. Também foram apreendidas cinco armas de fogo, R$ 200 mil e mais de 1 mil metros cúbicos de madeira.