Da Redação
MANAUS – A presidente da Assembleia Geral da ONU (Organização da Nações Unidas) , Maria Fernanda Espinosa, afirmou que o mundo tem “uma dívida histórica para com os povos indígenas”. Em pronunciamento na abertura do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, a dirigente disse nessa segunda-feira, 22, que 15% das pessoas mais pobres do mundo são indígenas.
Para a ex-ministra das Relações Exteriores do Equador a inclusão plena dos povos originários é crucial para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a agenda global da ONU para 2030.
Ao longo das próximas duas semanas, o fórum permanente da ONU reúne lideranças indígenas de todo o planeta para discutir a preservação dos direitos e da cultura dessas populações. Em 2019, o encontro tem o tema Conhecimento tradicional dos povos indígenas: geração, transmissão e proteção.
Saberes indígenas e meio ambiente
A ativista e indígena Anne Nuorgam, da Finlândia, eleita presidente da sessão do fórum afirmou que “o conhecimento tradicional está no centro da identidade, cultura, línguas, herança e formas de sobrevivência e tem de ser protegido”.
Segundo a indígena, histórias globais de colonialismo, exploração e desapropriação continuam minando e desvalorizando o conhecimento tradicional. Para Anne, “entender o passado e buscar a reconciliação é uma parte importante dos esforços” para combater essas ameaças aos saberes dos povos originários.
Maria Fernanda Espinosa afirmou ainda que “o conhecimento tradicional dos povos indígenas, como um todo, desempenha um papel central nas ações de mitigação e combate às mudanças climáticas”.
A presidente da Assembleia Geral da ONU pediu mais avanços na implementação do Ano Internacional das Línguas Indígenas, celebrado em 2019, como parte dos esforços para preservar esses saberes.