Da Redação
MANAUS – O prefeito reeleito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), precisará de habilidade na gestão para evitar comprometer as finanças da prefeitura a partir de 2017. A avaliação é do senador Omar Aziz (PSD-AM), derrotado nas eleições municipais do segundo turno com a coligação ‘Mudança para Transformar’, do candidato Marcelo Ramos (PR). Conforme Aziz, o empréstimo de US$ 150 milhões (certa de R$ 500 milhões) do Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) contraído pelo município foi para fechar as contas deste ano dentro do Proconfins Manaus (Programa de Consolidação do Equilíbrio Fiscal para a Melhoria da Prestação de Serviços Públicos).
“O dinheiro que o Arthur pegou dos R$ 500 milhões (US$ 150 milhões) era para tapar buraco, sanear a prefeitura. Ele usou para fazer obra para ganhar a eleição. Essa consequência virá amanhã. O Arthur inviabilizou a administração dele por um tempão. Vai ter que pedalar muito e pedalada é uma coisa que complica. Houve um desvio de finalidade muito grande”, disse o senador, ao justificar que se posicionou apenas depois do segundo turno para evitar dar uma conotação político-partidária à declaração.
“Eu lutei para aprovar o empréstimo de R$ 500 milhões para a atual administração, com o Eduardo Braga (senador do PMDB, vitorioso no segundo turno na coligação ‘Por uma só Manaus’, de apoio a Arthur Neto) trabalhando contra, o PT trabalhando contra. Seu Ulisses (Tapajós, secretário municipal de Finanças) é testemunha, porque ele chegava no meu gabinete às sete horas da manhã e ficava me pedindo pelo amor de Deus para ajudar porque ele não tem como fechar as contas neste final de ano”, declarou Aziz.
O empréstimo será pago em 24 anos, tendo cinco anos de carência e 19 anos para amortização, com juros de 3,85% ao ano. Segundo o parecer do senador Fernando Bezerra, aprovado no Senado, as taxas de remuneração desse capital se apresentam bem abaixo do mercado. “No referido parecer, consta que, já considerado o empréstimo em exame, o Município de Manaus apresenta reduzido nível de endividamento consolidado, equivalente a 0,36 vez a sua Receita Corrente Líquida (RCL), portanto comprometendo apenas 30,16% do limite de 1,2 vez fixado pela Resolução nº 40, de 2001”, considerou Bezerra.
O AMAZONAS ATUAL entrou em contato com a Semcom (Secretaria Municipal de Comunicação) por telefone, WahtsApp e e-mail para obter posicionamento a respeito das declarações de Omar Aziz, mas não houve resposta. Ainda tentou ouvir o secretário Ulisses Tapajós por telefone e WahtsApp, mas também não obteve respostas aos contatos.
Cicatrizes
Sobre a derrota na eleição à Prefeitura de Manaus para o novo grupo político formado pelo PSDB e PMDB no Estado, Omar Aziz avaliou que a reeleição de Arthur Neto “mostra uma divisão muito clara na cidade de Manaus”. “Ele (Arthur) vai ter que ter uma habilidade muito grande porque é uma eleição que deixa muitas cicatrizes, uma eleição em que predominou não as propostas, mas as acusações. E isso não é bom para o município”, disse Aziz.
O senador considerou o resultado uma surpresa. “Manaus é uma cidade cheia de segredos eleitorais. Em 1996 eu era vice do Alfredo (Nascimento, do mesmo partido de Marcelo Ramos). As pesquisas indicavam que a gente perdia e a gente ganhou por 2,5 mil votos. Depois, em 2000, contra o Eduardo (Braga), a gente ganhou por 9,6 mil votos. Em 1998, as pesquisas davam que o Amazonino ganharia em Manaus e o Braga ganhou em Manaus. O Amazonino (Mendes, ex-governador do Amazonas e ex-prefeito de Manaus) conseguiu ganhar a eleição para o governo do Estado no interior”, lembrou.
Ao contrario de Fernando Pimentel(PT/MG) e Luiz Fernando Pezao(PMDB/RJ), Artur Neto paga os salários dos funcionarios da prefeitura em dia .