
Da Redação
MANAUS – A compra de óleo de soja pela Venezuela e de ouro na forma bruta pelos Estados Unidos representou 43% das exportações do Amazonas em junho deste ano, informou a Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação). No mesmo mês do ano passado, as vendas ao exterior foram lideradas por motocicletas e televisores.
Para técnicos da Sedecti, a mudança no perfil das exportações está relacionada à queda nas importações no Polo Industrial de Manaus. O comércio exterior aumentou 30,21% na comparação com maio deste ano, e 17,70% na comparação com o mesmo mês no ano passado.
Do total exportado pelo Amazonas em junho, 29,60%, o equivalente a US$ 20,2 milhões, foram destinados à Venezuela, 13,42% aos Estados Unidos e 10,40% à Alemanha. A Argentina, que já foi um destacado mercado para as exportações locais, ocupou, em junho, a quarta posição entre os maiores parceiros.
Entre os municípios do interior, Presidente Figueiredo foi o destaque nas exportações locais com vendas de ferro-ligas para a China (US$ 3,492 milhões), seguido por Itacoatiara, com vendas de extrato de malte para a Venezuela (US$ 1,027 milhão). A cidade de Tefé aparece com exportações de peixe congelado para a Colômbia (US$ 113 milhões).
Importações
As importações do Amazonas registraram US$ 618,73 milhões, o que equivale a 5,92% das importações totais do Brasil. Os principais produtos importados foram insumos para o polo eletroeletrônico e de informática. Os dois principais países (China e Vietnã) responderam por cerca de 54,01% do valor das importações realizadas pelo estado.
As importações de processadores e controladores cresceram 31,44% na comparação com junho de 2019, e 44,63% em relação a maio de 2020. Partes de aparelhos receptores e transmissores foram o principal produto importado da China, e partes de aparelhos telefônicos foram a principal importação oriunda do Vietnã.
O Amazonas vem apresentando consecutivas reduções no déficit na Balança Comercial. O saldo de abril de 2020 foi de US$ 550,40 milhões negativos, uma redução do déficit na balança de 22,34% na comparação com abril de 2019. Na comparação com março de 2020, o déficit diminuiu 26,62%.
Essa diminuição do déficit da Balança Comercial foi provocada pelo aumento das exportações e redução das importações. A redução das importações foi provocada pela redução nas atividades do Polo Industrial de Manaus, enquanto o aumento das exportações se deve a uma mudança no perfil dos produtos exportados.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jório Veiga, diz que o comportamento do comércio exterior está relacionado com os efeitos da pandemia da Covid-19, com destaque para a redução nas importações por conta do fechamento de vários mercados asiáticos, a China em especial, fortes exportadores para os nossos produtos. Jório Veiga lembra que houve o fechamento de grande parte do comércio no Brasil, derrubando a demanda e consumindo os estoques.
“Passados esses meses, a nossa expectativa é de que o mercado comece a se estabilizar, que as pessoas recuperem a confiança e as vendas melhorem, de tal sorte que possamos voltar à normalidade, com uma atividade mais próxima do padrão, com recuperação de empregos e faturamento”, disse.