O Aeroporto de Manaus Brigadeiro Eduardo Gomes já foi um dos mais modernos e festejados do Brasil. Diziam, e eu acreditava, que era a alternativa do Concord. Caso o Concord não conseguisse pousar no Galeão, ele voaria para Manaus e desceria em uma pista tão moderna quanto a do Aeroporto Charles De Gaulle ou do Le Bourget, em Paris.
O Concord foi aposentado, eu não voei nele e fiquei com aquele gostinho de “vou provar”. A mesma sensação de não ter visto o Francis Albert no Maracanã porque o bichinho ia cair. De lá pra cá já derrubaram o Maraca umas cinco vezes e ele sempre resistindo à morte anunciada. Até chegar as Olimpíadas do Rio ainda veremos duas reformas por valores astronômicos e todas elas tentando levar a sua capacidade, que já foi de 200.000 pessoas, para o tamanho do nosso Tartarugão, que já foi de 65.000, e vai parar nos 38.000 torcedores do Naça.
O Maracanã é o templo do futebol e a bola é a sua hóstia. Todos os jogadores, peladeiros e vascaínos querem jogar no Maraca. Quem toca em uma bola, jogando de camisa ou “camisola”, como o Cristiano Ronaldo, fica maravilhado e sai falando para o mundo ouvir e ver.
E a nossa ARENA?
Que coisa linda! Os turistas que vierem a Manaus a partir de julho de 2014, poderão ver uma Arena onde houve jogos da Copa do Mundo de Futebol do Brasil. Entrará para a história das Copas e do futebol. É de bom alvitre, como diz o Chicão, que façamos 200.000 tubos, de plástico bom, com uma amostra da grama, selado e escrito:
“Foi neste gramado da Arena da Amazônia que aconteceram os jogos da Inglaterra x Itália, Camarões x Croácia, USA X Portugal e Honduras x Suiça. Essa não é invenção minha. Foi feita na final da Copa do Mundo do Japão/Coréia e com a seguinte inscrição:
“Foi neste gramado que Ronaldo jogou a final da Copa do Mundo do Japão/Coréia”
Os tubos deverão ser vendidos por US$ 30.00 e dará uma receita de R$12.000.000,00, o suficiente para a manutenção da Arena por uns quinze dias, na conta dos “experts”. No Japão deu certo.
Agora vamos colocar um contra o outro. É melhor assim, os dois são de concreto e não podem correr atrás de quem os usa.
No Aeroporto Eduardo Gomes, e no Eduardinho, fizeram uma obra fantástica:
1- Dois puxadinhos para os lados onde caberão dois aviões, no máximo.
2- Um puxadão para a frente onde os passageiros poderão passar com
muita oferta de oxigênio. Bem alto e bonito, como se um Boeing fosse
passar por baixo dele.
3- Um estacionamento imenso onde os pilotos poderão confundir com outra pista e aterrissar. E a pista continua sofrendo de solidão.
Na realidade, as empresas que tiveram a boa intenção de fazer a obra, não teriam começado se a mesma fosse no Rio, São Paulo ou Brasília. Imaginem, no mesmo espaço, usar o pé direito alto, como mandavam nossos antepassados, e construir uma obra de alguns milhões de dólares. Eu adoraria ver fazerem o equivalente nos Estados acima apontados.
Só na minha terra!
Vamos dar uma passadinha pelo aeroporto antes de viajar. Comparemos as duas obras: a do Aeroporto Eduardo Gomes e a da Arena da Amazônia.
Alguém poderia ter falado ao pessoal do Infraero que durante a Copa do Mundo de 2014, só três espaços não ficam vazios. São eles:
1- O aeroporto
2- O estádio. Quando não há jogo, há visitação.
3- O hotel
Vamos torcer para que o Aeroporto Eduardo Gomes não desafie a Arena da Amazônia durante a Copa do Mundo. A luta entre a internet e a energia está começando a ficar feia.
———-
Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino, torce por uma Copa de muita paz em Manaus.