Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O ex-governador do Amazonas Amazonino Mendes (União Brasil) afirmou, em entrevista a TV Norte Amazonas nesta segunda-feira (22), que nunca viu uma Assembleia Legislativa “tão subserviente” como a do Estado do Amazonas. Segundo Mendes, no mandato ‘tampão’ dele, em 2017-2018, a maioria dos deputados estaduais era oposicionista.
“Assembleia faz tudo o que o governo quer. Nunca vi uma Assembleia tão subserviente. A gente se sente mal. O Estado que não tem uma Assembleia… Eu, quando governei, recentemente, tinha a Assembleia contra mim. Eu sempre respeitei os deputados. Para mim, tem que ser independente, não comprado através de contratos, negociatas”, disse Mendes.
Amazonino se apresenta como pré-candidato a governador do Amazonas um ano após ser derrotado por David Almeida (Avante), na eleição de 2019, na disputa pelo comando da Prefeitura de Manaus. Conforme Mendes, a atual “situação extremamente crítica” do estado o motivou a disputar mais uma vez o pleito pelo cargo de governador.
“As coisas mudaram muito. Tem um governo que deixou o estado em uma situação extremamente crítica. O estado está precisando de socorro. Eu acho que eu estou mais do que ninguém – me desculpe a falta de modéstia – preparado para recuperar, ajustar, botar de novo o estado nos trilhos, com todo respeito que tenho a todos eles (concorrentes)”, disse Mendes.
“Não posso deixar o estado assim, fazer de conta que não existe, ir descansar, ir pro fundo de uma rede, como diz um adversário, que é um ingrato. Não quero falar sobre ele – é uma coisa lamentável que aconteceu na minha vida. Há políticos que querem pegar o estado como se estivesse ganho na loteria. Organizam um grupo, ficam ricos”, completou o ex-governador.
Ao criticar a Segurança Pública do estado, Amazonino lembrou que na última gestão dele chamou o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani para “ajeitar” a situação no Amazonas pelo valor de R$ 5 milhões. Conforme o ex-governador, por “política rasteira” opositores dele “criaram um clima negativo” sobre o contrato.
“O que são R$ 5 milhões para uma organização dessa, que é internacional, acostumada a lidar com bilhões de dólares? Aqui, por política rasteira e baixa, criaram um clima negativo e Manaus perdeu a oportunidade de combater a violência. Jogaram fora. Deixei o contrato para esse governo, ele distratou, dispensou. Meu Deus! Que coisa louca”, disse Mendes.
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De acordo com Amazonino, o Amazonas não tem estrutura e tecnologia para combater o crime organizado, por isso, o trabalho da Giuliani Security & Safety era necessária. “É preciso entender: nós não temos estrutura e tecnologia para combater o que está acontecendo na área da segurança. Estamos muito atrasados”, afirmou o ex-governador.
“Não adianta inventar e mentir para o povo, dizer que vai resolver com essa estrutura que nós temos. Polícia Civil, Polícia Militar, com todo respeito, todo esforço que eles fazem, mas está faltando tecnologia de inteligência. Essa tecnologia nós não dominamos, não temos. O Brasil inteiro não tem, lugar nenhum tem”, disse Mendes.
Eu votei em Amazonino no segundo turno em 2018 e votaria nele em 2022.