
Do ATUAL
MANAUS – O número de incêndios urbanos aumentou 3,5% em 2024 na comparação com 2023. Passou de 1.745 ocorrências para 1.805, informou o CBMAM (Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas). Os incêndios são em residências, comércios, fábricas, lixões e áreas de mata nativa.
Segundo Fábio Peso, arquiteto e especialista em engenharia de segurança, nenhuma construção, seja de madeira ou alvenaria, está livre de incêndio parcial ou integral.
“Os riscos têm uma classificação. Os de madeira em áreas onde não há instalações dentro das normas, por exemplo aglomerações de baixa renda, invasões urbanas e com muitas ligações elétricas clandestinas e irregulares, conhecidas popularmente como “gatos”, estão classificados como risco alto”, diz.
“Os imóveis de alvenaria, caso não haja uma manutenção nas instalações elétricas, manutenção preventiva em quadros elétricos e disjuntores, também podem ter sinistros”, complementa.
Para o especialista, nas duas estruturas, madeira e alvenaria, a classificação de risco aumenta em caso de maior consumo de energia com aparelhos e utensílios sem observar a dimensão de cabos e quadros elétricos, uma das principais causas de acidentes.
Conforme Fábio Peso, as residências dos condomínios de luxo são classificadas também como área de risco se não cumprem as normas de segurança.
“A maioria dos condomínios não possui AVCB (Auto de vistoria do Corpo de Bombeiros), que é o documento de inspeção das instalações. Os itens exigidos são vários e devem estar aptos para serem utilizados para combater qualquer incêndio”, diz Fábio Peso.
As centrais de alarme, hidrantes, extintores podem estar dentro das normas, com as manutenções preventivas, mas tem que haver preparo para lidar com as emergências.
“A grande maioria dos condomínios de médio e alto padrão não atende os requisitos básicos de proteção. Na cidade de Manaus, a fiscalização deveria ser mais rigorosa. A única área onde se tem uma constante manutenção é a industrial, onde os requisitos são mais rigorosos, os profissionais sempre mais aptos a agir na hora de um sinistro”, diz.
Um dos grandes incêndios em comércios ocorreu no final de 2024 na Avenida Brigadeiro Hilário Gurjão, conhecida como “Rua do Fuxico”, na zona leste de Manaus. Doze estabelecimentos comerciais foram queimados. Outro foi no Supermercado Vitória, na Avenida Torquato Tapajós, também no final do ano.
Nesta quarta-feira (12), um incêndio destruiu sete casas na zona centro-sul de Manais. Seis eram de madeira e foram completamente queimadas. Uma de alvenaria, de dois andares, terá que ser demolida pois corre o risco de desabar.