Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Dos cinco pré-candidatos que já se apresentaram como postulantes ao Governo do Amazonas na eleição suplementar do dia 6 de agosto deste ano, apenas dois largam com uma aliança prévia. O PHS recebeu o apoio do PV, nesse sábado, 27, e o PMDB tem parceria fiel do PP. No discurso, tanto lideranças dos partidos quanto os próprios candidatos generalizam sobre coligações e teorizam sobre prioridades de governo para um mandato de apenas um ano e três meses. O tempo é curto. As convenções para consolidar a participação no pleito começam no dia 16 de junho.
Entre os maiores partidos no Estado, apenas o PSDB do prefeito de Manaus, Arthur Neto, não cogita ter um candidato majoritário. PT, PMDB, PSB, PHS e PR estão na disputa com candidaturas próprias. A composição de chapa, porém, é uma incógnita. Tudo ainda é muito vago no discurso dos pré-candidatos.
O PT (Partido dos Trabalhadores) pretende realizar seminários nos próximos dias, na capital e no interior, segundo o pré-candidato, deputado estadual José Ricardo Wendling. “Vamos colher sugestões, ouvir os segmentos da sociedade para montar o plano de governo”, disse. O partido também procura um vice para compor a chapa. “Não temos intenção de sairmos sozinhos, porém não descartamos esta hipótese”, completou Ricardo.
Cumprindo uma agenda de articulação, o PSB (Partido Socialista Brasileiro) realizou um fórum para discussão do programa de governo e parcerias. “Vamos apresentar uma semana antes das convenções. A ideia é apresentar planos factíveis com a realidade financeira do Estado”, disse Marcelo Serafim, pré-candidato da sigla. O partido também mantém conversas sobre alianças com PNN, Rede, PPI e PPS. “Vamos conversar com outros também, todos distanciados desse grupo (político) que está aí”.
Com Marcelo Ramos como pré-candidato, o PR (Partido da República) também se movimenta em busca de alianças. “O PR está conversando com lideranças de outros partidos para formar um arco de aliança que possa assegurar uma candidatura forte, competitiva e vitoriosa”, disse o presidente do partido no Amazonas, o deputado federal Alfredo Nascimento. O líder do partido se mostra otimista. “Acredito que vamos chegar a uma composição ampla que garanta não só a vitória nas urnas, mas a governabilidade até às eleições de 2018”, discursou.
Marcelo Ramos não aceita disputar a eleição como vice, o que deixa o PR na condição de protagonista na chapa. No ano passado, na disputa à Prefeitura de Manaus, ele teve o apoio do PSD do senador Omar Aziz, que havia rompimento com o grupo que envolve o Pros, do governador cassado José Melo, o PSDB e o PMDB, do senador Eduardo Braga.
Nesse sábado, 27, o PHS (Partido Humanista da Solidariedade) lançou a pré-candidatura do vereador Wilker Barreto. “Não vamos marcar posição, mas oferecer um nome novo ao eleitorado”, disse Barreto, que é o atual presidente da CMM (Câmara Municipal de Manaus). Barreto se apresentou como candidato que tem experiência gerencial superior aos demais concorrentes. Na corrida por alianças, o PHS já tem o apoio do PV e conversa com lideranças do PRP e PNM. “Estamos conversando com todo o mundo, o importante é deixar o vice em aberto, mas estamos nos posicionando”, disse.
O último candidato a confirmar a pré-candidatura, o senador Eduardo Braga (PMDB) se mantém em silêncio sobre alianças, mas tem a parceria do PP (Partido Progressista). A ex-deputada federal Rebecca Garcia, recém demitida da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), será novamente vice na chapa de Braga. Em 2014, a dupla perdeu para José Melo e Henrique Oliveira , do Solidariedade.
Insegurança
Tendo à frente o nome de Amazonino Mendes, o PDT (Partido Democrático Trabalhista), e o PSD (Partido Social Democrático) de Omar Aziz, não lançaram pré-candidatos, mas são alvos de busca de alianças. Sobre as eleições, Aziz desconversa. “Não tem nada, só insegurança, ninguém sabe se vai ter eleição direta ou indireta, a gente não tá nem mexendo”, disse ao ATUAL.
O PDT informou que busca montar uma agenda. “Nós devemos procurar os partidos. Acredito que a gente saia com ajustes para fechar um nome, que é o Amazonino Mendes, mas temos também o nome do Hissa (Abrahão), do Adjuto (Afonso) e outros quadros dentro do partido”, disse o vice-presidente do partido no Estado, Stones Machado.
Rejeição
Atrair o interesse do eleitor em uma eleição fora de hora é a meta dos postulantes ao governo. Evitar a rejeição também deveria ser uma preocupação, diz o cientista político Helso Ribeiro. Segundo ele, a crise de credibilidade dos políticos vem se acentuando. “Quando passa por um momento como o nosso, de crise aguda, o eleitor tende a ficar cada vez mais refratário. O eleitor é desconfiado, ele vê que os políticos não se renovam, são os mesmos, acaba votando porque é obrigado”, disse. Conforme o especialista, o cenário no Brasil é ampliado devido aos escândalos. “Com a corrupção alastrada o eleitor fica, cada vez mais, propicio a rejeições”.
Esperamos que o povo Amazonense faça uma boa escolha para que o Amazonas continue avançando…