Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – Apelidos e nomes “exóticos” são estratégias de marketing eleitoral. A intenção é usar a identidade popular entre amigos, família e na comunidade para atrair votos. Na eleição municipal deste ano, a capital e cidades do interior do Amazonas terão candidatos a vereador com nomes como “Bebão”, “Cabeludo do Viver Melhor”, “Chopinho” e até “Manoel Pauzinho”.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determina que os nomes devem ser claros sobre a identidade do candidatos, não podem configurar atentado ao pudor e não devem ser “ridículo ou irreverente”.
Em Manaus, os candidatos Raimundo da Silva (PV), William da Cunha (Cidadania), Elivaldo de Souza (PMN) e Ércules de Queiroz (Cidadania), escolheram os nomes “Cabeludo do Viver Melhor”, “Chopinho”, “Gordo da Moto” e “Perninha do Gás”, respectivamente.
Em Iranduba, Joildo Teixeira (Podemos) é “Coquinho”, Carlos Araújo (Rede) é “Bebão” e Shirley Batista é “Nenezona”. Em Alvarães, alguns candidatos tentaram ser delicados, mas outros nem tanto, foi o caso de Ademir Pereira, o “Beija-flor”, e de Manoel Paulino, o “Manoel Pauzinho”.
Anori e Manacapuru têm candidatos chamados de “Bolachão” (Anori), “Careca Sheik” (Anori), “Charuto Já” (Manacapuru) e “Tororó” (Manacapuru). São os candidatos Juarez da Silveira (PSD), Patrick Cariolando (MDB), Francisco da Silva (PSB) e Jaziel de Alencar (PSC), respectivamente.
O TSE proíbe o uso de nomes com siglas de qualquer órgão público, seja municipal, estadual ou federal. No caso do candidato não enviar um nome para a urna, o TSE indica o nome próprio da pessoa.
A publicitária Nathalya Brandão diz que é necessário cuidado com os nomes escolhidos para que eles não sejam motivo de piada. “São casos e casos. Esse mesmo nome pode te fazer virar uma piada, uma referência do que não é pra fazer. Então, é algo que precisa ser muito bem pensado. Tem que ver o outro lado porque pode virar uma piada, só gastando tempo e dinheiro”, disse.
Brandão orienta os candidatos que compreendam a importância de ter um nome representativo para aquilo que são. “A partir desse momento o nome dele é como se fosse uma marca, como qualquer uma do mercado que precisa de missão, visão e valores. E nome está transmitindo o que ele defende, quem ele é, o que ele representa”, disse.
Quanto à estratégia, a publicitária afirma que pode ser boa, mas que isso depende do eleitorado que os candidatos pretendem abraçar. “É importante contar histórias, então os nomes que elas usam é uma forma de elas contarem as histórias delas, é um meio das pessoas conhecerem. Então, é uma boa estratégia sim. Normalmente, os vereadores já vêm com esses nomes das comunidades e um dos objetivos da publicidade é gerar identificação”.