Da Redação
MANAUS – No Amazonas, 49% das mulheres consideram difícil conciliar carreira e filhos. O índice é o mesmo em Mato Grosso do Sul, segundo pesquisa do portal Trocando Fraldas com 11 mil brasileiras de todos os Estados. A maioria (56%) considera improvável o sucesso profissional nessa condição. Nas capitais do Sudeste, as mulheres se apresentaram mais pessimistas quanto ao sucesso profissional unido à maternidade. Em São Paulo o índice foi de 57,7%; Rio de Janeiro 58,2%; Belo Horizonte 60,4% e Vitória 66,7%. O Estado em que as mulheres se apresentam mais otimistas é o Amapá com 33%.
Demissão
Faz parte dos Direitos Trabalhistas no Brasil a estabilidade, em que a partir da descoberta da gestação, a mulher não pode ser demitida, e essa estabilidade é garantida desde o início da gravidez até 120 dias após o nascimento da criança. Mas ainda assim, muitas mulheres sentem-se ‘ameaçadas’ a serem demitidas logo após voltar da licença-maternidade.
A pesquisa conduzida pelo Trocando Fraldas também aponta que 3 em cada 7 brasileiras têm ou tiveram medo de perder o emprego devido à gravidez. O medo é maior entre as mulheres da região Centro-Oeste e Sudeste (43,8%), contra 38,3% da região Norte. As regiões Fortaleza, Rio de Janeiro, Florianópolis e Palmas são as únicas capitais em que o medo de engravidar é menor em comparação aos demais estados.
Após a chegada do bebê, o estudo mostra que o problema em comum entre as mulheres é conseguir uma vaga em creche. Em todas as regiões brasileiras, as mulheres relataram dificuldades para matricular seus filhos, sendo a região Centro-Oeste com maior dificuldade e a Nordeste, mais fácil de conseguir matrícula.
As esperanças e medos das mulheres quase na mesma proporção demonstram o quanto a conciliação de carreira e maternidade ainda gera complexidades no Brasil. Em 2016, em pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora, patrocinada pelas empresas Avon, Facebook e Itaú com 1.300 mulheres de todo o Brasil, é destacado que 75% das mulheres decidiu empreender após a maternidade.
Esses dados de pesquisas recentes comprovam que a mulher brasileira tem desafiado o contexto e, decidido pelo desempenho dos papeis maternidade e profissional apesar de todas as dificuldades e preconceitos em uma sociedade predominantemente dominada pelo público masculino.