Da Redação
MANAUS – Sem ter seus pleitos atendidos na CMM (Câmara Municipal de Manaus), o vereador Rodrigo Guedes (PSC) admitiu judicializar suas demandas para poder atingir o resultado desejado. Ele lamentou que sofra boicote no parlamento municipal, em razão de seu posicionamento independente.
“Contra fatos não há argumentos. Nenhum projeto meu foi aprovado. Nenhum. Não porque eu não tenha projetos. Eu tenho. Só que eles não são aprovados. Não são sequer votados. Fiquei até supreso que na segunda-feira um projeto meu foi para a pauta. Eles nunca vão para pauta. Eles sentam em cima dos meus projetos nas comissões temáticas”, afirmou.
Em razão do que ele considera sabotagem contra suas ideias e sua atuação, o vereador disse que vai entrar na Justiça para garantir o cumprimento de suas propostas, ainda que reconheça que a decisão enfraqueça o papel do parlamento. “Eu vou entrar na Justiça. Quero que eles votem. Podem até rejeitar, que isso é democracia. Mas tem que votar”, disse. “As coisas deveriam ser resolvidas lá dentro”.
“Meu primeiro projeto de lei, que não foi aprovado até hoje, foi para revogar o aumento de salário dos vereadores.” Apresentado dia 10 de fevereiro, a proposta citada por Guedes recebeu numeração 10/12, mas não foi até agora submetido à deliberação, que é o primeiro passo da tramitação.
A ideia é barrar o aumento de salário dos vereadores dos atuais R$ 15 mil para R$ 18,9 mil. Se ele não alcançar o objetivo e o aumento de fato ocorrer, vai destinar a parte a mais para instituições de caridade. “Vou doar o aumento salarial para instituições com trabalho reconhecido: GACC, Pestalozzi, Filippo Smaldone, São Vicente de Paula.”
Além da promessa de entrar na Justiça para barrar o aumento do salário dos vereadores, votado na legislatura passada, Guedes, ao lado vereador Amom Mandel (sem partido) também recorreu ao judiciário para suspender a construção de um novo prédio anexo na CMM, o aluguel de 41 pica-ups para uso dos vereadores, e o Réveillon da prefeitura de Manaus, que seria realizado na praia da Ponta Negra.
Sobre a votação do cotão no último dia legislativo do ano, quarta-feira (15), disse que “não sabia, não foi avisado”. O parlamentar votou contra, desde o pedido de urgência até a aprovação da matéria. “Foram vinte minutos para aprovar o aumento de 18 mil para 33 mil. Foi aprovado a toque de caixa no último dia da legislatura. Aquele gol de mão, impedido, aos 52 minutos do segundo tempo”.
Guedes disse que seu comportamento continua o mesmo da época da eleição. “Eu não mudei. Estou fazendo exatamente o que eu falei na campanha. Eu falei que atuaria de forma independente e é exatamente isso que eu estou fazendo. Eu não me considero de oposição. O parlamentar precisa ser livre. Governo acertou, apoia; governo errou, critica. Porque você representa a população, não representa a vontade do governante”.
Apesar de se considerar boicotado, Guedes garante que não se surpreendeu. “Não estou lá para ser convidado para o futebol do fim de ano. Eu não esperava encontrar a Disneylândia, nem o ‘chá das cinco’. Mas já estava preparado para encontrar isso”.