Por André Carlos Zorzi, do Estadão Conteúdo
SÃO PAULO – Nathalia Timberg, uma das grandes atrizes de TV e do teatro no Brasil, comemora seu aniversário de 95 anos de idade nesta segunda-feira (5). Entre sua estreia na peça A Senhora dos Afogados (1954), de Nelson Rodrigues, e seu trabalho mais recente, uma participação na novela Fuzuê (2023), são praticamente 70 anos de carreira.
Uma reportagem publicada no Estadão em 5 de dezembro de 1967 definia a atriz, então com 38 anos: “Nathalia Timberg continua na crista da onda. Estrelíssima, tem aparecido em forma de flor, notícia, amor, intérprete, repórter e sensação. Atriz com um grande temperamento, sempre brilhou ao longo de sua carreira, conquistada palmo a palmo”.
Entre seus triunfos estão personagens de Shaw, de Miller, de Anoullh. Mas também fez a quilométrica ‘telelágrima’ O Direito de Nascer: “Acho que foi uma coisa muito importante porque me pôs em contexto com um público que até então eu não tinha conhecimento que existia, aquele público que não tem o hábito, conhecimento e meios para ir ao teatro”.
Além de teleteatros e das novelas, Nathalia Timberg chegou até mesmo a apresentar telejornais. Esteve no elenco de novelas de sucesso nas décadas mais recentes: Ti Ti Ti (1985), Vale Tudo (1988), Pantanal (1990), De Corpo e Alma (1992), Mulheres de Areia (1993), Celebridade (2003), Amor à Vida (2013), Babilônia (2015), O Outro Lado do Paraíso (2017) e A Dona do Pedaço (2019).
A atriz também ficou marcada por uma série de vilãs. Na TV Tupi, foi Bagmor, de As Bruxas (1971), e Eleonora, de Rosa dos Ventos (1973), por exemplo. Já na Globo, onde se consolidaria, viveu Juliana, de A Sucessora (1978), Constância, de O Dono do Mundo (1991) e Idalina, de A Força de Um Desejo (1999), entre outras.
Em seu trabalho mais recente nos palcos, deu vida à empresária e ícone da moda Iris Apfel, uma mulher de 97 anos. A peça Através da Íris ficou em cartaz entre 2019 e 2022.
Nathalia Timberg também costuma dar declarações sobre a vida e a arte com alguma frequência. Em novembro de 2023, foi tema de uma entrevista com cerca de meia hora de duração ao Conversa Com Bial.
Ao Estadão, em 2017, a atriz refletia: “Tenho um carinho especial pela palavra, especialmente porque, nos últimos tempos, ela foi muito maltratada. As pessoas passaram a se comunicar quase que por onomatopeias. O pensamento ficou quase tão vago quanto sua expressão. Mas é preciso lembrar que são as palavras que dão as nuances, os matizes que diferenciam as ideias”.