Da Redação
MANAUS – O Encrespa Geral, movimento negro de Manaus, promove a 8ª edição da mobilização neste sábado, 7, para debater o discurso do ódio e preconceito. Também pretende difundir a estética negra
A idealizadora do evento, Jéssica Dandara, diz que a ideia é difundir a história e cultura da população negra. “O Encrespa Geral propõe discutir e valorizar as nossas raízes culturais e estéticas, visto que ainda hoje é difícil reconhecer a beleza do corpo negro”, disse.
Para estimular o debate, o movimento criou a hastag #NãoéSóCabelo para chamar atenção a uma identidade dos negros e promover o autoconhecimento. Segundo Dandara, são comuns casos em que negros são ridicularizados por seus cabelos e penteados.
“O Brasil foi fundado através da aculturação indígena e através da mão de obra escrava de africanos, com isso foi formado um discurso de ódio de que indígenas são insolentes por não quererem aceitar a cultura europeia. Há ainda a falsa imagem de que são preguiçosos, de que ser negro é ruim, dentre outros discursos que até hoje acompanham essas populações. Por isso consideramos de extrema importância trazer esta temática ao evento, a fim de dialogar ainda sobre as formas de se combater esse discurso”, disse.
A programação inclui oficina de confecção de turbantes, apresentações musicais, exposições fotográficas e performances. A professora de dança Nanny Rodrigues ministrará a oficina de ‘Dança Charme’, um estilo que vem do ritmo musical R&B com outros estilos presente nas pistas de dança desde os anos 1970 e mais comum em bailes intitulados ‘baile charme’, em Madureira, no Rio de Janeiro.
O evento começa às 13h e acontece no ARAR (Centro de Convivência Teonízia Lobo), localizado no bairro Mutirão, zona norte.