Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – Com banner nas redes sociais, músicos de Manaus cobram pagamentos de cachês. Eles alegam atraso no pagamento por donos de bares e restaurantes. A publicação é assinada por “Músicos do AM”, na qual a categoria reclama de ‘calotes’ após a realização dos shows. Mensagem é clara: “Terminou o show, paga!!! Não tem dinheiro para pagar na hora??? Não contrata!!!”.
O ‘protesto virtual’ inclui frases de repúdio. “Já tá virando cultura em Manaus !!! ‘Depois te faço o pix’. ‘Dinheiro do cartão só cai na segunda’. ‘A gente só paga na quarta'”.
Eliel Vieira, 29 anos, tem a carreira musical como única atividade profissional. Ele diz estar na ‘estrada’ há 15 anos e atua nas casas de show da zona sul de Manaus. “É o certo a campanha ser levada à frente, justamente pelo alto risco de não pagamento”, afirma. Para o baterista, o atraso no pagamento do valor combinado, ou mesmo o não pagamento, cresceu nos últimos tempos.
“Até quando vai ser assim? Eu sou músico e essa é minha profissão! Faço meu trabalho com excelência e no fim do serviço não recebo meu dinheiro? Isso tem que acabar!”, é uma das frases escritas no banner.
Eliel relata já ter sido vítima o que classifica como “enrolação”, embora nunca tenha levado ‘calote’. “O argumento que sempre utilizam é sobre fechamento de caixa ou algo do tipo. Ou somente um dia que utilizam para pagar. Eles [contratantes] que ditam as regras e dias de pagamento, o que é errado porque o certo é receber após o trabalho”.
“Ainda não me ocorreu de não pagarem. Enrolaram mas pagaram depois de uns dias. Ainda há casas que só pagam na segunda ou só pagam em pix e às vezes passam de 2 a 4 dias”, completa.
O banner usado pelos músicos faz uma comparação sobre pagamento de valores de despesas em lugares onde geralmente se apresentam. “Não vou em bar algum beber e pagar depois de cinco dias! Não como em nenhum restaurante e pago no outro dia”.
A dica de Eliel é ter conhecimento prévio de como o contratante trata o pagamento e o músico deixar claro que o repasse do valor combinado deve ser feito na conclusão do trabalho. “Todos os músicos antes de fechar os trabalhos devem informar sobre a questão do pagamento ao responsável, porque o correto é receber após trabalhar”.
Projeto de lei na Assembleia Legislativa institui obrigatoriedade do repasse total aos músicos contratados por bares, restaurantes, shoppings centers e lanchonetes, de valores pago por consumidores a título de couvert.