
Do ATUAL
MANAUS – Jaira Cristina Tenaçol de Andrade foi condenada a 19 anos e sete meses de prisão por tentativa de homicídio contra Maia Mariana Perdomo Duarte. O crime ocorreu na noite de 13 de dezembro de 2018, na Rua Eduardo Ribeiro, na área central do Município de Coari (a 370 quilômetros de Manaus), e envolveu dinheiro de igreja. O julgamento foi realizado na quinta-feira (11), na cidade sede daquele município.
De acordo com o Inquérito Policial, no dia do crime, por volta das 20h40, Jaira, acompanhada de Erick e outro indivíduo que não foi identificado, foram de carro à casa de Maia.
Ao chegarem ao local, Jaira permaneceu no interior do veículo enquanto os dois homens subiram à procura da irmã de Maia, de nome Aparecida. Lá, informaram à Aparecida que Jaira estava aguardando-a no carro para conversarem.
Após ouvirem de Aparecida que ela não conversaria com Jaira, os indivíduos fingiram ir embora, assim, Aparecida e Maia, que estavam juntas, viraram em direção a casa, momento em que os sujeitos efetuaram disparos com arma de fogo, atingindo Maia na região dorsal. Depois do disparo, Erick e o outro sujeito entraram no carro alugado e dirigido por Jaira e fugiram.
De acordo com as investigações, a motivação do crime foi o furto de dinheiro da igreja que os envolvidos frequentavam, praticado pelo marido de Aparecida. Assim, por ser esposa dele, os autores da tentativa de homicídio deduziram que a vítima mantinha contato com ele.
Ao ser interrogada, em plenário, durante o júri de quinta-feira, Jaira afirmou que não subiu para falar com Aparecida – que seria o verdadeiro alvo do atirador – porque estava enjoada e não queria subir. Disse ainda, que não sabia, que Erick e o outro comparsa estavam armados.
O processo n.º 0001464-93.2018.8.04.3800 começou com o indiciamento de Jaira Cristina Tenaçol de Andrade e Erick Danrley da Silva Aguiar, porém, Erick passou dois anos foragido até ser preso. Nesse espaço de tempo, o processo já havia sido desmembrado e Erick vai ser julgado em separado.
A sessão de julgamento popular foi presidida pelo juiz de direito titular da 1.ª Vara da Comarca de Coari, André Luiz Muquy. O MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) foi representado pelo promotor de justiça Rafael Del Castilho.
O promotor de justiça sustentou a condenação por tentativa de homicídio qualificado, trazendo o fato de ser a ré portadora de maus antecedentes e reincidente. A defesa, por sua vez, sustentou que a ré desconhecia que o indivíduo que a acompanhava estaria armado e que atiraria contra a vítima.
Ao proferir a sentença, o magistrado levou em consideração o fato de a ré ser possuidora de maus antecedentes, visto ser multirreincidente, além de considerar que o crime gerou um forte abalo à vítima e sua família, que sequer conseguiram terminar seus depoimentos sem serem tomadas pelo nervosismo desmedido. A vítima ainda acentuou que o fato lhe prejudicou os estudos, tendo dificuldades em terminar sua faculdade.
Jaira Tenaçol está presa em Coari cumprindo pena pela condenação em outro processo. Sendo assim, o magistrado manteve a prisão para que ela inicie a execução provisória da pena.
Da sentença, cabe apelação.