Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – O MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito civil para apurar denúncia de irregularidades na gestão do Hospital Delphina Aziz, hoje chamado de Hospital da Zona Norte, em Manaus. A abertura de investigação foi autorizada pela procuradora Bruna Menezes Gomes da Silva com Portaria nº 40, de 9 de outubro de 2017. O procedimento preparatório para apurar o caso vem desde o ano passado.
O MPF não informou se a investigação envolve o contrato de R$ 8,4 milhões com o Imed (Instituto de Medicina, Estudo e Desenvolvimento), sem licitação, para fazer 780 cirurgias. O contrato, firmado no governo interino de David Almeida (PSD), pretendia diminuir as filas no hospital por cirurgias cardíacas.
No ano passado, o MPC (Ministério Público de Contas) já havia entrado com uma representação contra a prestação de serviços no hospital pelo Imed para apurar possíveis irregularidades no processo de terceirização da Susam (Secretaria de Estado da Saúde). O Imed tem um contrato de gestão da unidade hospitalar no valor de R$ 30,543 milhões.
O caso das cirurgias foi denunciado na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) pelo deputado Dermilson Chagas (PEN), hoje líder do governo Amazonino Mendes na Casa. Segundo ele, a empresa não tem prerrogativas para fazer cirurgias cardiovasculares.
Dermilson disse que o Imed contratou outra empresa de saúde, o Iceam (Instituto de Cirurgiões do Amazonas), para realizar as operações por um valor sete vezes menor do que foi contratado pelo governo.
A Susam informou que vai colaborar com o Ministério Público Federal. “A notificação sobre a abertura do Inquérito Civil foi protocolada hoje, 13, e a pasta aguarda ser informada sobre os questionamentos feitos nesta investigação”, informou a secretaria, em nota.
Em nota, o Imed também informa que desconhece se a apuração do MPF envolve as cirurgias. “O Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), atualmente responsável pela gestão do Hospital e Pronto-Socorro da Delphina Abdel Aziz, não tem ciência do que se trata o procedimento preparatório e, por esse motivo, não pode se manifestar sobre a portaria. O Imed ressalta que sempre colaborou com todos os órgão públicos e de controle, e, desta vez, não será diferente”, diz o instituto na nota.