Da Redação, com informações da assessoria do MP-AM
MANAUS – O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MP-AM (Ministério Público do Amazonas) iniciou nesta segunda-feira, 30, o deslacre do material apreendido na Operação Patrinus, deflagrada na quinta-feira, 26, em Manaus e Coari.
Para a procuradora-geral de Justiça do Amazonas, Leda Mara Nascimento Albuquerque, o material é parte essencial para a colheita de provas. “Hoje pela manhã foi ouvido um dos envolvidos, mas ainda há a necessidade de oitiva dos demais. O Gaeco vem trabalhando de forma muito intensa, com muito comprometimento, com muita responsabilidade, para que esse período de colheita de provas se conclua o mais rápido possível”, disse.
Entre o material apreendido estão computadores, mídias eletrônicas, aparelhos celulares e documentos que vão ser analisados com a participação posterior da Controladoria-Geral da União, órgão com o qual o MP-AM faz cooperação técnica para atuar nas investigações desta operação.
Segundo o chefe das investigações da ‘Patrinus”, o promotor de Justiça Cláudio Tanajura, o prefeito Adail José Pinheiro e Keiton Batista (presidente da Câmara Municipal de Coari) foram ouvidos nesta segunda-feira. O empresário Alexsuel Rodrigues (sócio da empresa AMS Rodrigues) e o sargento PM Fernando Lima (assessor do prefeito) serão ouvidos nesta terça-feira, 1°.
“O objetivo é principalmente entender como funcionava a organização criminosa e proceder a individualização das condutas criminosas”, afirmou Cláudio Tanajura.
Prisões mantidas
A pedido do Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Amazonas prorrogou as prisões temporárias do prefeito Adail Filho; do empresário Alexsuel Rodrigues; do sargento PM e assessor do prefeito Fernando Lima e do vereador e presidente da Câmara de Coari, Keitton Batista. Nos autos, os mandados de prorrogações das prisões temporárias foram assinados nesta segunda-feira, 30, pela magistrada, a quem foi distribuído o processo.
Em nota à imprensa divulgada na última sexta-feira, 27, a desembargadora Carla Reis informou que diversos pedidos e diligências solicitados pelo MP-AM foram exaustivamente apreciados dentro de um arcabouço probatório contidos nos autos e resultaram na decretação das quatro prisões temporárias e de aproximadamente 80 mandados de busca e apreensão, domiciliar e pessoal.
Tais mandados foram cumpridos em Manaus e no município de Coari em desfavor de membros dos poderes Executivo e Legislativo Municipal, além de empresas do ramo privado e de seus sócios.
A relatora do processo afirmou que o processo deixou o status de ‘sigilo absoluto’ e migrou para o de ‘segredo de Justiça’, sendo concedido a todas as partes processuais o devido direito de defesa e pronunciamento nos autos, com acesso irrestrito aos advogados ou de quem tem procuração como representantes das partes.
‘Patrinus’
As investigações duraram cerca de 18 meses, tempo suficiente para que a força-tarefa, formada por pelo menos 4 promotores de Justiça do Gaeco, reforçada pelos promotores que atuam na comarca de Coari, reunisse material suficiente para sustentar os pedidos de prisão temporária, busca pessoal e de busca e apreensão, afirma o Ministério Público.