Do ATUAL
MANAUS – Motoristas e entregadores de aplicativos que não aderiram à paralisação da categoria em Manaus, na manhã desta segunda-feira (15), sofreram pressão para participar da manifestação. Os trabalhadores reivindicam taxas maiores de faturamento e segurança das empresas Uber, 99 e inDrive.
O ATUAL flagrou na manifestação da categoria, na Avenida do Samba, zona centro-oeste da cidade, casos de prestadores do serviço, principalmente, motociclistas, sendo parados por um grupo e forçados a cancelar viagens ou não circular dentro da área.
Alguns motoristas parados à força conseguiram ser “liberados”. Outros preferiram desligar a moto ou carro para reforçar a paralisação.
“Está rodando? Para, para”, gritava um dos apoiadores da paralisação para avisar os outros integrantes do movimento.
Os transportadores em greve também pararam motoristas de aplicativos em carros. Alguns aceitaram a pressão e interromperam a corrida. Trecho da via foi ocupado pelos manifestantes o que impedia a livre passagem de veículos.
Aumento da tarifa mínima de R$ 6,99 para R$ 12 e do preço do quilômetro rodado de R$ 0,84 para R$ 2 são algumas das reivindicações dos motoristas de transporte de passageiros por aplicativos de Manaus.
Mais paralisações
Um dos líderes da greve dos motoristas de aplicativos em Manaus, identificado apenas como Jorge, afirmou que novas paralisações ocorrerão caso as reivindicações não sejam atendidas. Após a concentração na Avenida do Samba, os manifestantes realizarão uma carreata para cobrar as plataformas.
“Se ninguém nos ouvir, essa será a primeira paralisação de muitas. Porque uma luta não se vence no primeiro round. Se precisar fazer 15, 30 ou 50 paralisações, a gente vai fazer para conseguir nossos direitos”, afirmou Jorge, que é motorista do grupo Dragon Ball Drivers.
Além de uma redução da taxa de corrida cobrada pelas empresas que diminui o lucro dos motoristas de transporte e entregadores, conforme Jorge, a categoria espera conseguir uma assistência em caso de morte no exercício do trabalho.
“Uma taxa menor [de corrida], que hoje varia entre 20% e 40%, queremos de no mínimo 10% a 15% […] Queremos a assistências dos aplicativos. Hoje em dia quando um parceiro nosso morre de assalto e acidente, a plataforma não ajuda em nada”, disse o motorista de aplicativo de transporte.
A segurança da categoria é realizada por iniciativa dos próprios colegas de profissão, ainda segundo Jorge. A maioria participa de grupos, como de WhatsApp e Telegram, que realiza monitoramento por outros aplicativos.
“A gente é tratado como lixo pela plataforma. Como se fosse escravo e não tivesse direito nenhum para a gente, só trabalhar”, criticou.