Do ATUAL
MANAUS – A mortandade de botos no Lago Tefé na seca severa no Amazona em 2023 inspirou o fotógrafo Tácio Melo a criar a série fotográfica “O Último Boto”. As imagens foram produzidas com a participação do bailarino Felipe Cassiano, integrante do CDA (Corpo de Dança do Amazonas). Ele interpreta o personagem “o boto”.
A exposição começa em fevereiro, no prédio histórico da antiga Prefeitura de Tefé (a 575 quilômetros de Manaus). O projeto foi contemplado no Edital de Fomento às Artes e Cultura 2023 (Lei Paulo Gustavo).
Tácio Melo une a lenda amazônica com a realidade da seca. O objetivo de conscientizar sobre a importância da preservação dos rios, florestas e das espécies de golfinho amazônico. De acordo com o fotógrafo, o boto-cor-de-rosa e o tucuxi estão classificados como “em risco de extinção”‘ pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).
“O projeto dá relevância a acontecimentos frequentes em nossa região, como a última seca, que afetou milhares de ribeirinhos e acarretou a morte de várias espécies, incluindo centenas de botos. O boto é um dos animais mais simbólicos do Aazonas, muito presente em nosso folclore, e tudo isso será representado por fotografias artísticas que vão retratar a vida e morte do animal na região, junto com textos que alertam para o seu risco de extinção”, explica Tácio Melo.
A mostra será adaptada para receber pessoas com deficiência, que terão acesso à audiodescrição das obras, tradução em Libras e espaço adequado para pessoas com deficiência física/motora. Em seguida, a exposição percorrerá escolas públicas de Tefé, alcançando estudantes e profissionais da educação.
“O Último Boto” faz parte da série fotográfica “Sinfonia na Floresta”, que Tácio Melo iniciou em 2011 e é dedicada ao tema ambiental. Futuramente, o artista pretende dar continuidade ao trabalho para abordar outros animais da fauna amazônica.