Da Redação
MANAUS – Com uma área de aproximadamente 106 hectares – o equivalente a 106 campos de futebol – a invasão Monte Horebe, na zona norte de Manaus, destruiu todo o espaço de mata nativa urbana e ameaça a Reserva Florestal Adolpho Duke, base de pesquisas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Reflorestar o terreno é um desafio ambiental ainda não incluído no plano de desocupação da área, que começou na manhã desta segunda-feira, 2.
No plano de retirada dos invasores, elaborado pelo GGI Gabinete de Gestão Integrada) e coordenado pelo vice-governador e secretário da Casa Civil Carlos Almeida Filho não está incluído projeto de reflorestamento. Ficou definido que a realocação dos ocupantes da área é prioridade.
A Reserva Adolpho Duque, que abriga também o Jardim Botânico, cobre 10 mil hectares de floresta tropical úmida na periferia de Manaus. É situada no divisor de águas de duas principais bacias de drenagem: um para o Rio Amazonas e o outro para o Rio Negro. O desmatamento ilegal causado pelos invasores ameaçava a fauna e a flora.
A área de preservação foi criada em 2000 pela Prefeitura de Manaus justamente para conter invasões na periferia da cidade. Até 2014, a estratégia funcionou, mas uma outra invasão, a Cida das Luzes, começou a ocupar o terreno. Os invasores retirados dessa ocupação ocuparam o novo espaço e batizaram de Monte Horebe.
Na manhã desta segunda, as famílias removidas foram encaminhadas para o Colégio Militar da Polícia Militar VI, no Residencial Viver Melhor, o maior condomínio de moradores de Manaus e vizinho à invasão. Elas passarão por triagem pelas equipes do Governo, para que seja dado encaminhamento adequado a cada caso.
Segundo a Casa Civil, terão direito a soluções de moradia as pessoas que comprovarem que residiam na ocupação e que não têm para onde ir. As informações do levantamento social serão analisadas pela Suhab, órgão responsável por definir as soluções de moradia mais adequadas.
Mapeamento ambiental
A Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) informou que está com equipes, juntamente com técnicos do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), na área do Monte Horebe, com uso de drones, realizando levantamento dos impactos ambientais na área. A ação já em curso pelo Governo do Estado inclui a realização de um planejamento para recuperação ambiental da área, em especial nas margens de igarapés e Áreas de Preservação Permanente (APP), após a desocupação do local.
Veja a dimensão do desmatamento