Da Redação
MANAUS – O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) declarou estado de emergência fitossanitária no Amazonas, Acre e Rondônia por um ano. O alerta se deve ao risco de introdução da praga Moniliophthora roreri, que pode afetar o cultivo de cacau e cupuaçu. A medida consta na Portaria nº 249, de 4 de agosto de 2021, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (6).
No mês passado, um foco da praga foi detectado em área residencial urbana de Cruzeiro do Sul, no Acre, e uma força-tarefa irá avaliar a ocorrência do foco. A declaração de emergência visa reforçar as medidas de prevenção e evitar a dispersão da praga. Amazonas e Rondônia foram incluídos na declaração por fazerem fronteira com o Acre.
Como uma medida cautelar, na quinta-feira (5) o Mapa declarou o Acre como “área sob quarentena” para dar mais suporte às ações de fiscalização do trânsito de vegetais, executadas pelas agências estaduais de Defesa Agropecuária.
No Amazonas, a Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas) participa da elaboração de um plano de combate ao fungo.
Ações
De acordo com o previsto na Portaria, nos próximos dias será publicado um ato complementar com o detalhamento das medidas a serem adotadas em cada estado, conforme o nível de risco. Pode englobar ações específicas relacionadas à fiscalização do trânsito de plantas hospedeiras e ao manejo preventivo da praga em áreas produtivas, campanhas de educação fitossanitária, mapeamento e eliminação de plantas, entre outras.
Durante a vigência do estado de emergência, todas as ações necessárias à erradicação da praga e que evitem sua disseminação para as áreas produtivas poderão ser adotadas com maior agilidade tanto em nível federal quanto estadual.
“O objetivo do Mapa é o de conseguir erradicá-la na maior brevidade possível, enquanto ainda se encontra em uma área restrita do país”, diz Graciane de Castro, coordenadora-geral de Proteção de Plantas, do Mapa.
Atuação
O diretor-presidente da Adaf, Alexandre Araújo, afirma que a autarquia está atuando sobre a questão. “Houve reuniões com a SFA, deslocamos um engenheiro agrônomo para o município de Guajará (AM). Ele se integrou, juntamente com a equipe de Guajará, ao grupo que atua sobre o foco no Acre”, disse o gestor.
Araújo afirma que Guajará tem duas comunidades que se destacam pela produção de cacau, reconhecido nacional e internacionalmente. Por essa razão, o foco de monilíase no Acre tem causado grande preocupação.
Sobre a monilíase
A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga. É classificada como praga quarentenária ausente, isto é, que ainda não foi relatada oficialmente no país.