Da Redação
MANAUS – Metade da equipe de médicos contratados pela empresa MedPlus Serviços Médicos Ltda., no Hospital Nilton Lins, era do Amazonas, segundo o médico e empresário Tiago Simões Leite. A declaração foi dada em depoimento à CPI da Saúde na manhã dessa segunda-feira, 27, contrariando as justificativas do governo estadual de que a falta de pessoal no Amazonas dificultava a ampliação de leitos de UTI na unidade de saúde. A empresa tem sede em São Caetano (SP).
Cinco dias pós ser acionada pela Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas), a empresa MedPlus iniciou os trabalhos no Hospital Nilton Lins, para fornecimento de médicos para trabalho em UTI no tratamento de pacientes com Covid-19. O dono da empresa, que prestou os serviços no hospital de campanha sem contrato, através de processo indenizatório, afirmou que dos 40 médicos que chegaram a atuar pela empresa até junho, 50% eram do Amazonas.
“Se 50% da mão de obra da MedPlus é do Amazonas por que que contratos vigentes com cooperativas de intensivistas não foram aditivados uma vez que a mão de obra estava disponível?”, questionou o deputado Wilker Barreto.
Em depoimento, Simões afirmou que também foi procurado pela gerência do Delphina Aziz para prestar serviços na unidade. “A gente recebeu uma ligação da direção da OS (Organização Social) que gere o Hospital Delphina Aziz se a gente estava iniciando a prestação de serviços no Hospital Nilton Lins que também prestasse que eles precisavam também. Iriam abrir cerca de 40 ou 60 leitos no Hospital Delphina Aziz”, disse o empresário.
Segundo Simões, a MedPlus atua no Delphina desde 28 de abril com a mesma quantidade de profissionais, valores e serviços. Os médicos contratados também eram 50% do Amazonas e a empresa ainda presta serviços no local. No hospital em questão, a empresa firmou contrato com a Organização Social.
Em abril deste ano, o vice-governador Carlos Almeida Filho anunciou um projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa para possibilitar a contratação imediata de bombeiros militares da área de saúde, aprovados no concurso de 2009, para atuarem no combate ao coronavírus no Nilton Lins. Com a contratação, seria possível amenizar a carência de pessoal para que o hospital de campanha fosse inaugurado.
“Nós esperamos o quanto antes que a Assembleia Legislativa faça a aprovação desse projeto porque, como nós já anunciamos, diversas estruturas hospitalares nossas estão adequadas, e no Hospital Nilton Lins, onde é necessário o RH, os bombeiros militares da área de saúde vão ser necessários”, disse o vice-governador à época.
Com o aumento de recursos humanos, seria possível alcançar a capacidade máxima da unidade, de 400 leitos. “Nós começamos hoje com 16 leitos de UTI e 50 leitos clínicos. Os pacientes já começam a chegar hoje, e a gente vai aumentando essa estrutura gradativamente. Aqui nós temos a capacidade para chegar até 400 leitos para que a gente possa dar esse atendimento, a resposta que as pessoas precisam nesse momento”, afirmou o governador Wilson Lima na inauguração do hospital em abril.