Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Preso na Operação ‘Estado de Emergência’, desdobramento da Maus Caminhos, o ex-governador do Amazonas, José Melo de Oliveira (Pros), sacava altas somas de dinheiro em curtos períodos de tempo e fazia intensa movimentação bancária, diz a Polícia Federal no inquérito da investigação ao qual o ATUAL teve acesso. As transações bancárias envolvem dinheiro em espécie, transferências e emissão de cheques.
De acordo com o inquérito policial, de dezembro de 2015 a junho de 2016 o ex-governador efetuou saques que chegaram a R$ 92 mil. De junho de 2014 a março de 2015, José Melo sacou R$ 50 mil.
Em, um único período de tempo, o ex-governador fez transações bancárias de operações de créditos no valor de R$ 268 mil de dezembro de 2015 a junho de 2016. Em cheques, José Melo movimentou R$ 200 mil. A PF identificou também outra movimentação de cheques entre Melo e Emanuelle Vilela no valor de R$ 200 mil.
Em operações de créditos, o ex-governador movimentou R$ 270.587,37. Entre transferência, José Melo operou R$ 115.695,59.
Aparece também uma transferência bancária entre a empresa BRW Empreendimentos e o ex-governador, no valor foi de R$ 130 mil. De acordo com o próprio relatório da PF, o dinheiro foi doação de campanha da BRW na campanha de 2014. Naquele ano, a empresa tinha contratos com o governo pelos quais recebeu R$ 5.841.208,50.
A PF também encontrou, entre as transações bancárias, um depósito de R$ 3 milhões da empresa Juruá Estaleiro para o ex-governador, resgate da previdência privada no valor de R$ 274.483,81, e aplicação na previdência privada no valor de R$ 1.940.643,23. Foi apresentado, também, um valor de R$ 11,550 mil em joias, pedras e metais preciosos em junho de 2011.
Repasses à esposa
Consta ainda no inquérito da PF informações sobre transações financeiras realizadas no mesmo período em que o médico Mouhamad Moustafa (considerado inicialmente como chefe do esquema de fraudes que desviou mais de R$ 120 milhões da saúde pública no Amazonas) revelou ter se reunido com José Melo e pago R$ 500 mil ao ex-governador (segundo semestre de 2014). Nesse mesmo período, conforme a PF, Melo movimentou R$ 350 mil de suas contas. Ele repassou R$ 300 mil à sua mulher, Edilene Gomes de Oliveira, também presa, e o outros R$ 300 mil para Carlos Edson Guedes de Oliveira.
No mesmo período em que Mouhamad indica ter se reunido novamente com José Melo (primeiro semestre de 2016) e pago mais R$ 80 mil, o ex-governador movimentou atipicamente mais de R$ 7 milhões. A PF considera movimentação atípica em função do salário que recebia como governador, de R$ 30 mil.
Cadeia no vagabundo