COARI – O governador José Melo, em comício na cidade de Coari, na noite deste sábado, 27, afirmou que aguarda apenas o Tribunal de Justiça do Amazonas julgar o pedido de intervenção no município para ele nomear o interventor. O pedido de intervenção foi feito pelo procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, em junho deste ano e até hoje o TJAM não julgou. O relator do processo é o desembargador João de Jesus Abdala Simões.
De acordo com o governador, o TJAM vai pautar para a próxima terça-feira, na sessão ordinária do Tribunal Pleno, o julgamento do pedido de intervenção. “Já fui ao desembargador relator, pedi a ele que apressasse o julgamento. Ele me disse que na próxima segunda-feira irá levá-lo à pauta esse julgamento (sic). Se na segunda-feira o tribunal julgar pela intervenção, garanto a vocês que na terça-feira eu estarei assinando o decreto determinando a intervenção aqui em Coari”, disse. A sessão, no entanto, é na terça e não na segunda-feira.
No início do discurso, Melo afirma que há um desespero da administração do município em relação ao tema intervenção. “O outro desespero é em relação à intervenção que eu vou fazer, sim, aqui no município de Coari”. Melo afirmou por um preceito constitucional, ele não pode fazer a intervenção no município antes da manifestação do TJAM, mas afirmou que trabalhou nos últimos dias para apressar o processo de julgamento. “Eu ja fui três vezes ao tribunal de Justiça. A desembargadora Graça Figueiredo, presidente daquela corte, sabe disso. Já estive três vezes pedindo essa intervenção”.
Melo, no passado recente, era aliado do prefeito de Coari, Adail Pinheiro, que está preso desde 8 de fevereiro em um quartel da Polícia Militar em Manaus, por determinação judicial, em um processo em que é acusado de crimes sexuais contra crianças e adolescentes. A última vez que Melo e Adail estiveram juntos foi na inauguração do porto de Coari, em 27 de dezembro do ano passado, quando o governador ainda era vice de Omar Aziz. Depois da prisão de Adail, o município passou a ser administrado pelo vice-prefeito Igson Monteiro, mas há denúncia de que o prefeito preso e afastado do cargo continua dando as cartas na administração.
A intervenção é uma reivindicação dos movimentos sociais organizados do município de Coari e de Manaus e de deputados estaduais de oposição, entre eles, Luiz Castro (PPS), José Ricardo (PT) e Marcelo Ramos (PSB).
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