Da Redação
MANAUS – A Pastoral Carcerária, organismo da CNBB (Conferência nacional dos Bispos do Brasil), afirma que o massacre no sistema prisional de Manaus é “fruto do aprisionamento em massa, do descaso com vidas tidas como descartáveis, da ganância de empresas privadas e do genocídio protagonizado pelo Estado brasileiro”, diz em nota publicada nessa terça-feira, 29, no site da entidade.
O texto lembra que em 2017, quando 56 presos foram assassinados no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), outros 75 em Roraima e Rio Grande do Norte, a Pastoral apelou aos governos que encontrassem uma solução para o problema da superlotação dos presídios em todo o País. “Se a opção que alertávamos há tempos era pelo desencarceramento ou barbárie, o Estado de forma clara e reiterada optou pela barbárie. Esta se materializa tanto nas violações cotidianas e nas mortes naturalizadas pelas estatísticas, como nos massacres em massa do passado e do presente. Já não se trata mais de uma crise, mas de um projeto”, diz a CNBB.
Estes acontecimentos, de acordo com a entidade, não são uma exceção no sistema prisional, mas faz parte de seu funcionamento. “Não se trata, portanto, de uma ausência do Estado, mas de sua presença, por meio de um gigantesco sistema de encarceramento e controle, que coloca o Brasil na posição de 3º país que mais encarcera no mundo”, diz a nota.