Da Folhapress
SÃO PAULO – Após uma série de adiamentos, “Marighella” finalmente confirmou sua data de estreia nos cinemas brasileiros –4 de novembro. O filme protagonizou um imbróglio envolvendo a Ancine nos últimos meses, supostamente causado pelo forte teor político da trama, que biografa o guerrilheiro comunista Carlos Marighella, morto pela ditadura militar.
O longa marca a estreia de Wagner Moura como diretor e já foi exibido em outros países. Em fevereiro de 2019, fez sua estreia mundial no Festival de Berlim, onde foi recebido sob aplausos. Apesar dos nomes de peso por trás da produção e da passagem por importantes festivais, no entanto, “Marighella” vem encontrando dificuldade para ser lançado no Brasil.
Ao menos dois pedidos de comercialização do filme enviados à Ancine –a Agência Nacional do Cinema, que destina recursos para que filmes como “Marighella” possam ser produzidos e distribuídos– foram negados. Mais recentemente, uma terceira solicitação negada causou alvoroço nas redes sociais, mas esta, de acordo com a própria produtora da obra, ocorreu devido a uma tecnicalidade.
Um dos atrasos para a estreia do filme se deve também às dificuldades impostas pela pandemia, que obrigou diversas produtoras, nacionais e estrangeiras, a adiarem lançamentos esperando o arrefecimento da crise.
Filmado em 2017, “Marighella” é inspirado na biografia “Marighella – O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”, escrita pelo jornalista Mário Magalhães. Orçada em R$ 10 milhões, a produção acompanha os últimos cinco anos de vida do guerrilheiro, do golpe militar de 1964 ao seu assassinato, em 1969. No elenco estão Seu Jorge, no papel principal, e também Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Humberto Carrão.