Do ATUAL
MANAUS – Mesmo com maior rejeição em Manaus, entre 17,2% e 20%, conforme as pesquisas sobre intenção de voto, Marcelo Ramos, candidato do PT a prefeito da capital, aposta nos legados dos governos Lula em Manaus para reduzir a aversão e chegar à eleição de 6 de outubro com chances de avançar ao segundo turno.
Marcelo Ramos cita resultados obtidos em eleições anteriores como trunfo. “No início de setembro de 2014 eu tinha 2% para governador. Tive 17% na eleição. No início de setembro de 2016, tinha 16%. Terminei com 27%”, citou o candidato em entrevista na manhã desta sexta-feira (6) ao Grupo dos Seis, formado pelos sites AMAZONAS ATUAL, BNC, Portal Único, Portal do Marcos Santos, Portal do Mário Adolfo e Blog do Hiel Levy.
“O presidente Lula teve 37% na eleição de 2022 em Manaus. Lula entrou agora na minha campanha, gravou vídeo de apoio. Então, a definição sobre voto ocorre mais próximo das eleições”, disse Ramos ao citar políticas públicas como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pé-de-Meia, prorrogação da Zona Franca de Manaus como alguns dos legados de Lula.
Indagado sobre o porquê os eleitores não associam esses legados a Lula, o petista respondeu: “Se passou muito tempo sem falar sobre os legados de Lula. Como havia uma ofensiva muito violenta [contra o PT], as pessoas foram se acuando ou se acomodando na conjuntura política para salvar seus mandatos. Eu não sei se foi um erro de comunicação. O que faltava era ter um campo democrático progressista que valorizasse esse legado”, afirmou.
O candidato afirmou que o maior adversário de sua campanha não é a rejeição, mas a máquina municipal e estadual. Marcelo Ramos não citou nomes, mas se referiu ao prefeito David Almeida (Avante), que disputa a reeleição, e ao deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), que tem apoio do governador do Amazonas Wilson Lima.
Segundo Ramos, a máquina federal [apoio de Lula] não consegue influenciar em uma eleição como as outras duas. “A máquina federal não age fora dos padrões republicanos. A máquina fora de padrões republicanos tem sido usada de forma escandalosa”, disse.
Ramos citou que o teto de financiamento de campanha para a Prefeitura de Manaus é de R$ 13 milhões. “Compara isso com o que está acontecendo nas ruas. Tem mais de dez mil pessoas contratadas por uma pessoa. Não bate [a conta]. Servidor público é obrigado a adesivar seu carro. Isso o governo federal não conseguiria fazer”, afirmou.
Marcelo Ramos disse que de todas as condicionantes, a que iguala a candidatura dele às outras é a oportunidade de diálogo. “Nós vamos ter uma série de debate que permite uma avaliação mais positiva pela população. Passei um ano e meio fora da política, inclusive longe de Manaus. Entrei neste jogo depois de todo mundo”, admitiu.
“O presidente Lula me chamou na última semana de filiação [ao PT] e indagou: ‘tu topa ser candidato a prefeito de Manaus?’ Eu respondi: ‘o senhor é presidente eleito pela terceira vez, deixou uma série de legados para Manaus, não tenho como dizer não’. ‘Se filia no PT e tu vai ser nosso candidato’, disse o presidente”, acrescentou.
“Teve um chamado da minha consciência e de me reconectar com a minha cidade”, encerrou Marcelo Ramos.