Da Redação
MANAUS – Ao declarar situação de emergência social em Manaus devido à permanência em condições precárias de indígenas venezuelanos na cidade, o prefeito Arthur Neto (PSDB) conseguiu negociar recursos federais com o Ministério das Cidades para promover ações de assistência aos imigrantes estrangeiros. São 355 indígenas venezuelanos da etnia Warau que estão na capital há três meses.
A condição emergencial foi publicada no Diário Oficial do Município no dia 4 deste mês, com o Decreto nº 3.689. O prazo é de 90 dias, prorrogáveis por mais 30.
O valor que o governo federal repassará à Prefeitura não foi definido pelo ministro das Cidades, Osmar Terra. “Recebemos o compromisso do ministro de enviar emergencialmente para Manaus a melhor quantia que ele puder, dentro das possibilidades do ministério”, disse Arthur.
Conforme o prefeito, também foi debatida a possibilidade de Manaus criar um campo de refugiados para acolher os indígenas que buscam o Brasil como refúgio. “Devido ao grande fluxo de índios imigrantes na fronteira de Pacaraima, em Roraima, com a Venezuela, o ministro entende que para quem já está aqui, dever haver um abrigo ajudado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e OEA (Organização dos Estados Americanos), como há na Síria, para que eles possam se instalar sem que surjam problemas para os serviços da cidade”, explicou Arthur.
A presença desses refugiados já nas fronteiras também foi assunto da conversa. “Esse assunto já está sendo tratado com o ministro das Relações Exteriores, Aluízio Nunes, e será também levado ao ministro Padilha, da Casa Civil, no sentido de criar uma barreira na fronteira” disse o prefeito.
A prefeitura realiza o levantamento do perfil epidemiológico dos indígenas para identificar necessidades de assistência e prevenção em saúde. Além disso, também faz o monitoramento e controle de doenças parasitárias.