Da Redação
MANAUS – Em 2019, Manaus manteve a liderança no número de casos de tuberculose no Amazonas com 2,268 mil das 3,268 mil pessoas contaminadas em todo o estado, segundo a Susam (Secretaria de Estado da Saúde). Esse número foi maior que o registrado em 2018, que chegou a 3,166 novos casos. Na capital caiu a incidência da doença em relação a 2018. No ano retrasado, foram 2.333 registros.
Com 108,8 infectados, a zona leste foi onde teve maior registro de casos na capital, para cada 100 mil habitantes, conforme dados da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde). Em seguida, a zona oeste com 107,4, a zona norte – 105,3 e a zona sul com 102,9. A zona rural foi a que apresentou o menor número de casos da doença com 92,1.
Conforme a Semsa, o abandono do tratamento mantém a cadeia de transmissão e aumenta o risco de mortalidade pela doença, além da resistência aos medicamentos. Ela é transmitida por via aérea, durante a fala, espirro ou tosse de pessoas infectadas que lançam no ar os bacilos causadores da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, uma pessoa doente pode infectar de 10 a 15 pessoas.
A secretaria municipal informou que implantou um sistema que identifica pacientes que interromperam o tratamento e os localiza, mas não soube informar quantos foram localizados, e quantos voltaram ao processo médico. Em resposta à reportagem, a Semsa informou que trabalha prioritariamente com usuário em tratamento, não necessariamente em quantidade de resgastes.
“O resgaste dos faltosos pode ser realizado via contato telefônico ou por meio de visita domiciliar aos pacientes que não compareceram em até 3 dias ao retorno agendado na unidade de saúde. As visitas domiciliares dos faltosos ao tratamento são realizadas por técnicos do Núcleo de Controle da tuberculose dos Distritos de Saúde juntamente com os profissionais de saúde das unidades na qual o paciente realiza o tratamento”, informou.
Sintomas
Deve-se ter atenção aos sintomas como tosse por três semanas ou mais, febre vespertina, suor noturno, emagrecimento e cansaço.
Perfil e tratamento
O perfil de quem tem tuberculose é de pessoas de classe baixa que acumulam vulnerabilidades sociais, econômicas e biológicas, de acordo com Denise Arakaki, Coordenadora do Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde.
Arakaki alerta que após 15 dias do início do tratamento, a chance de transmissão é reduzida. Por isso, a pessoa não deve ficar isolada, pelo contrário, precisa do apoio de familiares e amigos para seguir com o tratamento.
” O tratamento é oferecido pelo SUS e deve ser feito diariamente, sem interrupção, com duração de pelo menos 6 meses para bacilos sensíveis e de 18 meses para os resistentes”, disse a coordenadora.