Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – Mesmo com a instalação de 31 miniusinas de oxigênio, o maior volume de abastecimento do produto nos hospitais do Amazonas ainda é por cilindro. A Secretaria de Saúde informa que 58,21% da fonte de O2 para as unidades de saúde é por meio da embalagem em metal, enquanto 22% são provenientes das usinas e o restante armazenado em tanques. O atual estoque proporciona fornecimento normal, sem risco de faltar o produto.
Na logística de distribuição, os meios de transportes mais usados para trazer o insumo para Manaus são o aéreo e fluvial. Juntos, representam 31% do transporte. Só o fluvial responde por 24,14% e o terrestre, 24,14%.
Até a manhã desta quinta-feira, 18, o Amazonas tem 4.893 mil cilindros de oxigênio, mas apenas 756 vazios. O Hospital Delphina Aziz, referência no tratamento de pacientes de Covid-19, tem 408 cilindros, 188 deles estão cheios, 185 vazios e apenas 35 em uso. O estoque, portanto, atende a demanda da unidade.
A Secretaria de Saúde montou um painel de monitoramento em tempo real da quantidade de oxigênio em cada unidade de saúde. Os gestores comentam, hora a hora, qual a situação do insumo no local e o estoque disponível. O município de Manicoré, por exemplo, relatou no painel que possui 77 metros cúbicos em estoque até a manhã desta quinta-feira. O nível de criticidade é classificado como ‘estável’, ‘moderado’ e ‘cova’. A maioria das unidade relata estar em situação estável e moderada.
A estimativa é que os hospitais do Amazonas consomem 13,5 mil metros cúbicos. Segundo o painel, a quinta-feira começou com 61.592 mil metros cúbicos em estoque e deve terminar com 48 mil metros cúbicos.
No auge da crise de abastecimento, em janeiro, o Amazonas chegou a consumir, diariamente, 86 mil metros cúbicos, enquanto que a produção da fornecedora responsável era de 25 mil metros.
A maior causa do aumento no consumo do oxigênio são as internações. No dia mais difícil da pandemia no Amazonas, em 14 de janeiro, foram internadas 258 pessoas. Desde domingo, 14 de março, 180 pessoas foram internadas nos hospitais da capital e interior. Um número abaixo do registrado em 24 horas em janeiro.
Os números, no entanto, são considerados altos porque a maioria dos municípios do interior do estado permanece na fase roxa da Covid-19, a mais crítica da pandemia, que não foi atingida em outro lugar do país. Manaus se encontra em fase vermelha. As festas clandestinas são constantes na cidade e as flexibilizações do comércio estão aumentando o número de pessoas que circulam em shoppings, restaurantes e praças.
É possível acompanhar o monitoramento de oxigênio do estado com as informações relatadas AQUI.