Do ATUAL
MANAUS – Preso na Operação Voz do Poder na última terça-feira (9), o prefeito de Borba, Simão Peixoto (MDB), ficará em cela especial com direito a dieta sem lactose e uso de medicamentos. A ordem é da juíza Ana Paula Serizawa Podedworny, da Justiça Federal do Amazonas, que presidiu a audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (10), em Manaus.
Simão é acusado pela Polícia Federal de manipular testemunhas em investigação que apura desvios de recursos públicos destinados à compra de merenda escolar no ano de 2020, durante a pandemia do Covid-19.
De acordo com a PF, o prefeito conduziu uma videoconferência com servidores municipais intimados para prestar esclarecimentos. No encontro virtual, Simão ofereceu assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela prefeitura.
Para a PF, a ação representa tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas e “cria ambiente propício para que os servidores se sintam pressionados a adaptar seus depoimentos aos interesses do investigado, comprometendo potencialmente a integridade e a credibilidade das investigações em curso”.
Na terça-feira, a PF deflagrou operação para cumprir mandados judiciais. Além de ser preso, o prefeito foi afastado do cargo por 180 dias.
Na audiência de custódia, Serizawa informou o prefeito que o processo que motivou a prisão tramita no TRF1 (Tribunal Regional Federal) o inquiriu sobre as circunstâncias em que se deu a prisão, e se os seus direitos foram assegurados. A juíza também mandou informar a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) sobre a concessão de cela especial e dieta sem lactose.
“Oficie-se o Secretário da SEAP, solicitando que o custodiado permaneça em cela separada até ulterior determinação do e. Tribunal Regional Federal, informando-o acerca da necessidade de dieta sem lactose para o custodiado, bem como do uso de medicamentos, conforme receituário de posse dos Agentes de Polícia Federal que compõem a escolta”, diz trecho da decisão.