Da Redação
MANAUS – O Tribunal do Júri da Vara Única da Comarca de São Sebastião do Uatumã, no interior do Amazonas, concluiu na noite desta quarta-feira (10) o julgamento da Ação Penal nº 00000239-66.2017.8.04.7100, e condenou os réus Alex da Silva Carvalho e Joelma Keila Santana da Silva pelo assassinato de Karoline do Canto Silva, de 20 anos, crime ocorrido em 2017. O casal matou a jovem grávida para roubar o filho dela.
Alex da Silva Carvalho recebeu uma pena de 21 anos e três meses de prisão a ser cumprida em regime fechado, e Joelma Leila Santana da Silva foi condenada a 23 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Ambos estão presos em Manaus e foram apresentados no município pela Secretaria de Administração Penitenciária para serem julgados.
O crime ocorreu na noite do dia 18 de outubro de 2017, próximo ao campo de futebol Pelada Pimenta, no município de São Sebastião do Uatumã, conforme o processo. O réu conhecia a vítima, sabia que ela estava grávida de mais de sete meses e a levou para o local, onde seu corpo foi encontrado posteriormente com a barriga cortada e já sem o bebê.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os réus confessaram os crimes, que tinham como objetivo obter uma criança para ser filho de Joelma: esta teria contratado o conhecido Alex para encontrar uma mulher que estivesse grávida.
O MP sustentou que o Alex levou a vítima para a cidade, após tê-la convidado para um lanche, quando teria lhe oferecido bebida com medicamento Dramin para dopá-la e depois a levou ao matagal por trás do campo, onde a vítima foi esganada, teve a barriga cortada para retirar o bebê. Em seguida, foi abandonada no local, sendo encontrada por populares na manhã seguinte.
Ainda conforme a denúncia, “os assassinos fugiram da cidade utilizando a voadeira de linha comum logo de manhã cedo e foram presos em flagrante na cidade de Itapiranga”.
A mãe da vítima informou à polícia que sua filha saiu para passear de motocicleta com o réu, que foi então localizado após buscas pela Polícia de Itapiranga e indicou onde estava Joelma com a criança (o bebê sobreviveu e foi levada ao hospital, onde ficou internado por dias).
“O primeiro acusado cometeu o delito mediante promessa de que receberia R$ 4.000,00, revelando outra grave qualificadora. O homicídio foi praticado ainda mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima, uma vez que foi dopada com remédio e levada até o local, onde foi atacada mediante estrangulamento, estando desacordada quando golpeada de faca em sua barriga, sem nada poder fazer para defender-se. Também, a morte da vítima foi para tornar efetivo o sequestro da criança, restando caracterizada a qualificadora de assegurar a execução de outro crime”, afirma a promotora Romina Carmen Brito Carvalho na denúncia.
A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Diego Martinez Fervenza Cantoário, titular da comarca, e realizada no Plenário da Câmara Municipal da cidade. O promotor de Justiça Iranilson de Araújo Ribeiro representou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM).
O réu Alex Carvalho teve em sua defesa os advogados André de Souza Oliveira e Wandeley San da Cruz Barbosa. A advogada Rosana Maria de Assis defendeu a réu Joelma Silva. A sentença foi lida pelo juiz presidente da Sessão às 22h30 e com a condenação, os réus retornam ao sistema prisional da capital e agora vão cumprir a pena.