Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O juiz Djalma Monteiro de Almeida, do TRT11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região), suspendeu, nessa segunda-feira, 31, o leilão do centro de eventos Curral Zeca Xibelão, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), de propriedade da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso. O leilão estava marcado para ocorrer no dia 18 deste mês.
No despacho, o magistrado considerou um recurso apresentado pela associação e mandou comunicar o leiloeiro oficial sobre a suspensão do leilão. Além do local onde a agremiação realiza os ensaios para o Festival Folclórico de Parintins, realizado anualmente no último final de semana de junho, consta na lista para leilão a Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale.
A venda do imóvel foi determinada no dia 1º de junho pelo juiz Izan Alves Miranda Filho com objetivo de obter dinheiro para pagar dívidas trabalhistas. Segundo a Justiça do Trabalho, a Fundação Boi-Bumbá Caprichoso tem 73 processos em execução e a Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso, 158 processos.
O imóvel tem um total de 6.409,00 metros quadrados, com um área construída em alvenaria medindo 3.957.35 metros quadrados, e está avaliado em R$ 5.913,635.00. A área construída se encontra coberta com zincão e esteios de ferros galvanizados, contendo camarotes com banheiros masculinos e femininos, uma área de palco, bar, uma escola com área de alimentação.
Bois endividados
No último dia 2 de julho, o Grupo Samel, de plano de saúde, comprou dois imóveis do Bumbá Garantido, em Parintins, avaliados em R$ 2,6 milhões. Os imóveis foram arrematados em leilão do TRT11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11 Região) também para pagar dívidas trabalhistas.
“A decisão de arrematar os pavilhões tem como objetivo resgatar e valorizar o patrimônio cultural do Amazonas, responsável pela vinda de milhares de turistas à ilha Tupinambarana”, informou a empresa, em nota.
A empresa informou que o local continuará sendo usado pela agremiação para realizar os ensaios para o Festival Folclórico de Parintins. “O Grupo Samel comunica, ainda, que está estruturando um planejamento do que será realizado nos imóveis, e ressalta que os mesmos continuarão sendo utilizados pelo Boi-Bumbá Garantido”, concluiu.
A reportagem tentou ouvir o presidente da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso, Jender Lobato, mas as mensagens não foram respondidas. Leia o despacho do juiz Djalma Almeida.