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MANAUS – O jovem Kaik Rener Marques Ferreira, de 20 anos, foi torturado e morto por ter feito sinal de uma facção criminosa em Manaus, disse o delegado Guilherme Torres, da Polícia Civil do Amazonas, nesta quarta-feira (19). Kaik foi sequestrado no dia 3 de dezembro de 2024 na Comunidade Val Paraiso, bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus.
Fabiana Souza dos Santos, de 29 anos, e Miqueias Manrick Alves da Silva, de 25 anos, foram presos nesta terça-feira (18) por suspeita de envolvimento no crime. A ossada de Kaik foi encontrados nesta terça-feira (18) em uma área de mata na Reserva Adolpho Duque.
O delegado Guilherme Torres disse que Kaik, que era de uma comunidade vizinha, foi abordado por Puga que ao mexer no celular do jovem viu uma foto dele com o gesto de identificação de facção rival. O delegado informou que a vítima não tinha nenhum envolvimento com o tráfico de drogas.
“Uma das pessoas, a líder comunitária, que na verdade ela é participante de uma organização criminosa, mandou que os executores fossem abordar essa vítima [Kaik] simplesmente porque essa vítima era de outra comunidade. E mexerem ali no celular dele e foi encontrado um sinal em que essa vítima, esse garoto, fez um sinal e esse sinal foi interpretado por estes criminosos como de uma facção criminosa rival. Não há informação alguma de que a vítima pertencia a alguma facção criminosa e por isso essa vítima foi torturada, morta e enterrada ali naquele local”, disse o delegado.
Guilherme Torres informou ainda que um dos criminosos havia acabado de sair da prisão quando abordou Kaik, o sequestrou e cometeu o crime. “Um dos participantes havia acabado de sair do sistema prisional às 12h e já foi participar deste crime. Esse participante é traficante”, disse o delegado.
De acordo com a delegada Déborah Barreiros, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, no dia do crime Kaik estava trabalhando em uma residência com o tio e ao sair do local foi abordado pelos criminosos. Ele foi levado a pé até o local onde foi torturado e morto.
“Essas pessoas o levaram a pé para uma área de mata. Nós temos informações de que ele foi torturado e morto a facadas e jogado ali na Reserva Adolpho Duque. Tivemos muitas dificuldades de encontrar esse corpo porque é uma área muito grande” disse a delegada.
Déborah disse que Fabiana e Puga levaram os policiais até onde estava o corpo de Kaik. “A gente acredita que a abordagem foi mesmo para saber se ele participava de alguma organização criminosa porque é uma área de invasão. A gente sabe que ali existe uma facção tentando dominar aquela comunidade, então eles não permitem que outras pessoas se aproximem sem serem abordados e interrogados mesmo ali. Se acham acima do bem e do mal e pensam que mandam naquela comunidade”, disse a delegada.
Dois outros suspeitos estão foragidos. Vitor Isaias Soares Damasceno, conhecido como Vitinho, e Jhon Erick Menezes de Araújo, conhecido como Macaquinho. “O Macaquinho e o Vitinho foram as pessoas responsáveis pela facada, enquanto que Puga e a Fabiana foram responsáveis pela vigilância do jovem até a chegada desses executores”, disse Déborah Barreiros.