Valmir Lima, da Redação
MANAUS – O governador José Melo (Pros), candidato à reeleição, indagado na manhã desta quarta-feira sobre o apoio ao candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, e a ausência dele durante a visita do presidenciável tucano no último sábado a Manaus, respondeu que “nunca disse que vou apoiar o Aécio. Eu nunca falei isso. Eu sempre disse que eu tenho responsabilidade com o meu povo ”. A afirmação foi feita na Assembleia Legislativa do Estado, quando ele chegava para uma homenagem ao Ministério Público do Estado do Amazonas e à procuradora Jussara Pordeus.
Melo, no entanto, não disse claramente que apoiaria a candidatura de Dilma Rousseff (PT), mas deixou nas entrelinhas que ele estará com Dilma e que o vice dele, Henrique Oliveira (SDD) estará com Aécio Neves.
Sobre a ausência dele no último sábado, na agenda do presidenciável tucano, em Manaus, Melo deu a seguinte explicação: “Eu não estava aqui porque estava no Juruá, garimpando votos, né. Eu tava fazendo o meu trabalho. Mas, o meu partido, o Pros, é um partido que é aliado à presidenta Dilma. E o Solidariedade, que é o partido do meu vice, é o partido aliado ao Aécio. Portanto, o meu vice não foi para o Juruá comigo porque ele foi cumprir aquilo que o partido dele lhe impôs, que foi acompanhar [o Aécio]. E eu fui cuidar da minha garimpagem no Juruá”, disse, sinalizando que não vai declarar apoio formal à candidatura de Aécio.
Questionado se iria apoiar Aécio ou Dilma, Melo respondeu: “Eu não falei que vou apoiar ninguém. Eu apenas disse que o meu vice foi cumprir o seu dever partidário”.
Indagado mais uma vez sobre o tema, o governador explicou que a parceria com o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), que apoia a candidatura dele, não extrapola a relação administrativa e está acima de quaisquer questões políticas. Ele também disse que o governo do Estado tem parcerias importantes com o governo federal e que o partido dele lhe impõe compromissos. “Ele [Arthur] apoia o Aécio, o partido dele impõe isto aí a ele. O meu partido me impõe um comportamento que seja aquele melhor para o povo do Amazonas”, disse. Melo afirmou ainda que ele não fosse governador e “fosse simplesmente um candidato, é claro que eu já teria feito isso [declarado apoio a Aécio], mas eu não posso ser irresponsável e, de forma açodada, falar uma coisa que depois vai ter prejuízo para o povo”.
O PSDB local esperava que Melo desse palanque ao candidato tucano para fazer frente ao palanque oferecido a Dilma Rousseff pelo candidato do PMDB ao governo do Estado, Eduardo Braga.
Melo não disse, no entanto, se vai ceder palanque para a presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que faz Eduardo Braga, Melo também não pede voto para a candidata do PT. O mais provável é que ele se mantenha neutro na eleição para presidente da República.