Da Redação
MANAUS – A FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) estima uma explosão de casos confirmados de coronavírus no Amazonas neste mês de abril, segundo a diretora-presidente da entidade Rosemary Pinto. São 31 novos casos registrados nas últimas 24 horas e o número total de pacientes infectados é de 260. Outros 600 com sintomas e são considerados suspeitos de infecção aguardam resultados de exames do Lacen (Laboratório Central do Amazonas). Sete pessoas já morreram no estado por complicações causadas pela doença.
Segundo a FVS, são 232 em Manaus e 28 em nove municípios do interior: Parintins (3 casos), Manacapuru (10), Santo Antônio do Içá (4), Itacoatiara (4) Tonantins (3), Boca do Acre (1), Anori (1), Novo Airão (1), e Careiro da Várzea (1).
Ainda segundo a FVS, do total de casos 174 pacientes estão em isolamento domiciliar. Dos pacientes que testaram positivo, 39 estão internados, sendo 25 na rede privada e 14 no Hospital Delphina Aziz. Em UTI, são 17 pacientes, 12 na rede privada e 5 no Delphina. De acordo com Rosemary Pinto, a letalidade do vírus é de 2,7% do total de casos.
Segundo Rodrigo Tobias, secretário de Saúde, no Hospital Delphina 45 leitos da UTI estão ocupados. Além dos cinco internados confirmados como casos de Covid-19, os outros 40 são de pacientes que preenchem os critérios do Ministério da Saúde suspeitos da doença.
“Eu tenho falado que estamos ocupando 45 leitos de UTI no Delphina Aziz. Desses 45, cinco são confirmados de Covid-19, os outros 40 preenchem todos os critérios do Ministério da Saúde, inclusive com a imagem da tomografia de vidro fosco sugestivo de Covid-19”, disse Tobias.
O secretário também informou que o quinto andar do Hospital 28 de Agosto está sendo preparado para receber pacientes com síndrome respiratória aguda grave e casos de coronavírus.
O secretário demonstrou preocupação com o funcionamento da rede de saúde do estado e alertou para um possível colapso em caso de desobediência das medidas de isolamento domiciliar. Segundo Tobias, as aquisições que estão sendo feitas para garantir atendimento não serão suficientes se houver movimentação de pessoas nas cidades.
“O nosso sistema de saúde é limitado, não temos leito de UTI suficiente para enfrentar uma pandemia.Estamos fazendo aquisições de novos leitos de UTI, respiradores. Então o colapso pode acontecer semana que vem, final do mês, dependendo do aumento do número de casos e esse aumento só acontece se houver movimentação das pessoas”, disse
Tobias informou que aguarda a chegada de 50 respiradores que devem estar no Amazonas até o dia 15 de abril, mas essa aquisição pode sofrer alteração e ser anulada, dependendo do cenário mundial. “Os nossos fornecedores são chineses e a China está confiscando, a depender dos interesses, a sua produção. Hoje eu afirmo até 15 de abril chegarão 50, mas amanhã, por conta dessa guerra, eu posso informar que não vão mais”, disse.
O isolamento social é a forma mais eficaz de conter a transmissão do vírus, segundo o secretário, que disse que o pico máximo de casos deve acontecer na segunda semana de maio e estima que até julho as atividades cotidianas retornem ao normal. “Estamos lidando com um inimigo invisível e precisamos evitar contato, somente assim a gente quebra a cadeia de transmissão. Esperamos que o pico máximo da pandemia seja na segunda semana de maio e a partir de junho, julho, a nossa vida deve retornar ao normal. Por favor, fiquem em casa, evitem se deslocar, estamos fazendo de tudo neste momento”, disse.
Mortes no Amazonas
A FVS informou que a sétima morte é de um homem de 83 anos que estava internado em uma unidade de saúde privada e é do município de Manacapuru. A FVS investiga outras seis mortes suspeitas de coronavírus. Até o momento, 18 mortes foram notificadas no estado desde o início da pandemia, no dia 13 de março.