Do ATUAL
MANAUS – A indústria do Amazonas precisará de 175 mil profissionais formados até 2027 para atender à demanda de mão de obra especializada no estado. A projeção é do estudo do Observatório Nacional da Indústria.
O Mapa do Trabalho Industrial, como é chamado o levantamento, também mostra que as áreas de formação inicial que mais deverão gerar empregos até 2027 serão logística e transporte com uma demanda de 54,7 mil trabalhadores, seguido por metalmecânica (24,4 mil), eletroeletrônica (23,1 mil), operação industrial (22,3 mil) e construção (19,2 mil).
“A inovação tecnológica de produtos está cada vez mais acelerada, daí cada vez mais as linhas de produção precisam ser atualizadas. Então, novas qualificações são e serão demandadas para atender essas inovações tecnológicas. Hoje já sentimos a falta de profissionais qualificados para algumas áreas como TI (Tecnologia da Informação), por exemplo”, diz Wilson Périco, economista e ex-presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).
A demanda dos 175 mil profissionais é referente à formação inicial (25.579) e por treinamento e desenvolvimento (149.437), segundo o Observatório.
“Em Manaus, há uma deficiência de profissionais, especialmente no preparo para trabalhar com a Indústria 4.0. As universidades formam, mas a quantidade de pessoas (formadas) ainda é pouca. Precisamos fortalecer os cursos, os laboratórios e isso vai dar reforço para a formação de grandes profissionais”, diz Augusto Barreto, doutor em Engenharia de Transportes e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).
O termo “Indústria 4.0” é utilizado para caracterizar tudo o que há de moderno para produção dos bens de consumo, como automação, inteligência artificial e internet das coisas.
“De fato, cada vez menos o montador (trabalhador que coloca peças na montagem de aparelhos) tem espaço nas indústrias. Por outro lado, os processos estão mais automatizados, virtualizados e há uma tendência da redução dos trabalhos repetitivos feitos por mão de obra. Portanto, precisamos forjar uma nova mão de obra para esse novo mercado de trabalho”, diz Augusto.
No Amazonas, as áreas com maior demanda por treinamento e desenvolvimento serão logística & transporte (37,8 mil), Eletroeletrônica (16,1 mil), metalmecânica (15,8 mil), operação industrial (14,6) e construção (10,3 mil), diz o estudo.
“Aqui reproduzimos o que há de mais atual, em termos de manufatura, em todos os segmentos. Alguns modelos de motocicletas têm 90% de fornecimento local, ou seja, o valor agregado é, praticamente, todos nacional. E os eletroeletrônicos, são, na sua maioria, 100% produzidos aqui”, diz Périco.