Da Redação
MANAUS – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou nesta sexta-feira, 6, a coleta de dados da PNS 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde), considerada pelo órgão como o estudo mais abrangente sobre o tema no país. Serão visitados 3.930 domicílios em 52 municípios do Estado. Em Manaus serão 2.100 casas e a coleta de dados irá até o final de dezembro, podendo ser prorrogada até fevereiro de 2020, segundo o IBGE.
Conforme Tiago Almudi, coordenador estadual da PNS, nem todas as residências serão visitadas. “A única pesquisa que o IBGE tem que passa em todas as casas é o censo, que é realizado de dez em dez anos. Inclusive ano que vem nós teremos um. Mas todas as outras pesquisas são amostrais, ou seja, apenas algumas residências, alguns domicílios são selecionados e esses representam todos os demais”, disse.
De acordo com o coordenador, por ser uma pesquisa amostral é necessário que os moradores selecionados atendam os recenseadores. “Por isso que é tão importante que se o seu domicílio for selecionado você receba bem os nossos servidores, preste as informações, porque o seu domicílio vai estar representando vários outros domicílios na sua região”, diz.
As perguntas feitas pelos agentes incluem questionamentos sobre o tipo de residência, quantidade de moradores, qualidade da água consumida entre outras mais específicas sobre saúde. “A gente faz essa caracterização inicial do domicílio e dos moradores até para poder criar um perfil e identificar as características da saúde de acordo com as características da população. Então, primeiro a gente faz essa caraterização domicílio e morador e depois vai para as perguntas relacionadas à saúde”, explica Tiago Almudi.
A coleta de dados inclui perguntas sobre acesso a planos de saúde, hospitais, hábitos alimentares e frequência de consultas por exemplo. “A gente fala sobre a saúde de crianças, saúde da mulher, saúde dos idosos. Até isso entra também, sobre a existência de animais domésticos e se foram vacinados. Tudo o que influencia na saúde. Hábitos alimentares, de consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, atividades físicas, ela é uma pesquisa bem abrangente”, disse.
Os resultados preliminares da PNC 2019 devem sair a partir do segundo semestre do ano que vem, informa Tiago Almudi.
Apesar dos recentes cortes do governo federal em alguns setores, como o da pesquisa brasileira, o IBGE ainda não foi alvo de medidas de contenção de gastos diz o servidor. “Isto está sempre em constante negociação. Mas não mexeu na nossa pesquisa estamos em campo a todo vapor realizando essa pesquisa aqui em Manaus, em todo o Amazonas, em todo o Brasil”.
Agentes de pesquisa
De acordo com Almudi, para identificar o agente de pesquisa do IBGE é preciso observar o uniforme do servidor, que sempre virá com a marca da instituição. “Os nossos agentes de pesquisa e mapeamento vão estar devidamente identificados com crachá, com colete também, muitas vezes com boné e não podem sair a campo sem isso”, disse.
Os recenseadores também portarão durante o trabalho um dispositivo eletrônico, o DMC (Dispositivo Móvel de Coleta), através do qual computam os dados fornecidos pela população durante a pesquisa.
Caso o morador ainda tenha dúvidas, o IBGE disponibiliza os números 0800 721 8181 e 3306 2000 para que possa confirmar a identificação do agente.
Débora Azevedo, que teve a residência visitada no bairro Alvorada, na zona centro-oeste da capital, disse que a segurança é uma preocupação. “Desde que esteja equipado com crachá e principalmente com o colete e se identifique, traz segurança”, diz.
Dados Anteriores
Conforme o IBGE, 22% dos amazonenses adultos e 21% dos manauaras consumiam carne ou frango com excesso de gordura, revelou pesquisa em 2013. O estado foi campeão nacional no consumo de peixe, com 93% da população adulta consumindo pescado pelo menos uma vez por semana. O refrigerante era consumido por 23% dos amazonenses, sendo que em Manaus esse percentual era de 28%. A bebida alcoólica era consumida por 19% dos amazonenses (446 mil pessoas).
Havia pelo menos um cachorro em 43% das casas do estado (404 mil). E 65% dos domicílios tinham sido visitados por agentes de endemias no último ano.
Realizada em convênio com o Ministério da Saúde e em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a PNS investiga a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e quantifica a população com incapacidades físicas. A PNS também investiga se os moradores sofrem algum tipo de violência e monitora a realização de exames preventivos, além de avaliar a percepção da população sobre o SUS (Sistema Único de Saúde).
(Colaborou Patrick Motta)